São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Equipe se arma para negociar corte de gastos

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica do governo FHC quer evitar que as decisões sobre os cortes no orçamento de 1995 sejam influenciadas por pressões políticas.
Para tanto, os ministérios do Planejamento e da Fazenda estão mapeando as possibilidades de cortes de gastos em todos os ministérios e órgãos públicos federais.
O objetivo do levantamento é impedir que as negociações se restrinjam a critérios políticos, pois este tipo de pressão já é esperada pela equipe econômica.
Os dados técnicos incluem despesas de custeio, manutenção e programas de governo.
A área econômica teme resistências dos ministros em reduzir os gastos. Por isso estará municiada para negociar os cortes. O governo estima um déficit orçamentário de cerca de R$ 10 bilhões, que pode chegar à casa dos R$ 13 bilhões.
Ao mesmo tempo que necessita restringir os gastos este ano, o governo quer evitar uma repercussão negativa da medida no Congresso.
O caminho escolhido para os cortes foram os vetos à lei orçamentária aprovada pelo Congresso. Esses vetos serão negociados e não uma imposição do Executivo. Mesmo assim, nas negociações, a equipe econômica pretende privilegiar os critérios técnicos.
Por enquanto, a outra opção –o contingenciamento de verbas previstas no Orçamento– foi deixada de lado, porque pode gerar antipatia dos parlamentares.
O contingenciamento é feito por decreto e impede a liberação de recursos orçamentários aprovados pelos parlamentares através de suas emendas.
O ministro do Planejamento, José Serra, começará a negociar os cortes seletivos com os demais ministros na próxima semana.
O prazo para que o presidente Fernando Henrique Cardoso sancione a lei orçamentária termina no próximo dia 19.
Limitação
A primeira limitação das despesas dos ministérios já foi feita por decreto baixado pelo ex-presidente Itamar Franco no último dia 31.
Os ministérios teriam direito a gastar R$ 3 bilhões em saldos não utilizados, mas previstos no ano passado (restos a pagar). O decreto restringiu esse valor a R$ 463 milhões.

Texto Anterior: Sarney facilita negociação, dizem aliados
Próximo Texto: Juiz defende agilidade em ação trabalhista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.