São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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'Sei de quanto dinheiro preciso'

Folha - O sr. sabe de quanto dinheiro vai precisar?
Frederico - Isso eu sei. Para fazer o que é necessário, precisaria de US$ 5 bilhões. É necessário concluir as obras do Metrô e fazer algumas ligações, melhorar as linhas de subúrbio, transformando o que for viável em algo semelhante ao Metrô. Há ainda os corredores de ônibus intermunicipais.
Folha -É provável que o sr. não tenha essa quantia.
Frederico -Vai ser difícil. Tudo será revisto. A coisa mais fácil para fazer sem recurso do Estado é o corredor de ônibus. Vou começar por aí. O corredor tem a mesma aceitação da população, em termos de qualidade, que o Metrô.
Folha - Quantos corredores serão necessários?
Frederico - O principal problema não é a quantidade. Mas se o conceito de corredor é viável. Se for, vai haver demanda suficiente para remunerar esse capital. A equação muda.
Folha -Em muitos casos, a construção de um corredor implica desapropriação, o que ficaria muito caro.
Frederico - Nem sempre vai ser custo zero. Mas como as desapropriações serão intermunicipais, os municípios estarão interessados.
Folha - O sr. pretende inaugurar novas linhas do Metrô?
Frederico -Não. Só as obras paradas. A prioridade que o Mário (Covas) colocou é concluir as obras paradas. Santana/Tucuruvi pode ser concluída em associação que inclua construtores e fornecedores de equipamento, com financiamento que vá direto para eles fazerem o que falta. O Estado não tomaria empréstimos. Existem conversas nesse sentido.
Folha - Como as empresas receberiam de volta o dinheiro emprestado?
Frederico - É como se o Estado tivesse tomado o empréstimo.
Folha - Se o Estado não consegue pagar seus funcionários, como as empresas que tomarão os empréstimos vão ter segurança?
Frederico - Você pressupõe que o Estado não vai pagar. O Estado está com dificuldades hoje por que se administrou mal. É o mesmo que dizer que um inquilino não pagou aluguel e que o novo inquilino também não vai pagar. O Estado vai pagar.

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