São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995 |
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Secretário desconhece orçamento de pasta
VICTOR AGOSTINHO
Não sabe também quanto poderá investir para continuar as obras paralisadas do Metrô, a construção dos corredores intermunicipais de ônibus ou a recuperação de trens metropolitanos. Metrô, Emplasa (Empresa de Planejamento S/A), EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) são empresas subordinadas à Secretaria dos Transportes Metropolitanos –que vai se transformar numa abrangente Secretaria dos Assuntos Metropolitanos. Frederico, que já foi diretor da Vasp (gestão Franco Montoro) e secretário de Obras da Prefeitura de São Paulo (Covas), afirmou que trabalha duas hipóteses para concluir as obras do Metrô. A primeira seria negociar com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) um empréstimo global. A outra seria convencer empreiteiras e fornecedores de equipamentos a pedir financiamento em seu nome e, com o dinheiro, terminar os três trechos cujas obras foram interrompidas. Em entrevista à Folha, o secretário não poupou críticas ao governo Fleury, a quem acusa de adotar uma tática de guerrilha para desestruturar a gestão Mário Covas. A seguir, trechos da entrevista: Folha - Sua principal missão é ampliar o Metrô de São Paulo. Como o sr. vai fazer isso, já que o Estado está com dificuldade até para pagar funcionários? Claudio de Senna Frederico - Não pretendo fazer isso no primeiro ano. A intenção é reverter a perda de capacidade de investimento do Estado. Folha - Como? Frederico - Vai ser complicado. Mas vamos estabelecer o seguinte: a prioridade do governador não é a expansão do metrô, mas concluir o que está parado. Qual é a prioridade na zona leste de São Paulo: expandir o metrô ou dar plena utilização ao trem de subúrbio, que não tem investimento há anos e cuja linha está lá? A resposta é óbvia desde a década de 70. Folha -Qual o orçamento de sua secretaria? Frederico -Não sei. Folha -O sr. tem idéia de quanto poderá investir? Frederico -Não. Folha - Houve uma avaliação prévia da situação do Estado? Frederico - O que agravou a situação do Estado foram medidas tomadas nos últimos meses. Descobriu-se agora que o governo Fleury parou de pagar coisas essenciais nos últimos meses. Folha - O sr. sabia que o Estado deixou de fazer pagamentos? Frederico -Tínhamos notícia, mas não sabíamos quanto. Não sabíamos qual a conta que deveria ser paga logo na entrada. Foi um processo de guerrilha para desestruturar o próximo governo. Foram criados focos de problemas que vão eclodindo mais tarde. Texto Anterior: Lei vai gerar 'guerra civil', diz Fogaça Próximo Texto: 'Sei de quanto dinheiro preciso' Índice |
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