São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Marinha infiltra 5 agentes em favelas

RONALDO SOARES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para realizar a maior apreensão de drogas já feita até agora na Operação Rio, a Marinha infiltrou agentes por cinco dias nas favelas de Parada de Lucas e Vigário Geral (zona norte do Rio). Cinco agentes permaneceram infiltrados nas favelas e fizeram um levantamento detalhado do local.
A ação começou na madrugada do sábado. Foram apreendidos 258 quilos de maconha e 72 quilos de cocaína. A droga estava num depósito escondido atrás de um galinheiro, numa casa em construção na divisa entre as duas favelas.
A Marinha apreendeu também 7,5 mil cartuchos, 15 pistolas de calibres variados, um lançador de granadas, carregadores de fuzis, seis rádios para comunicação e dois rastreadores que interceptam as comunicações da PM e da polícia civil. Dos 56 suspeitos detidos, pelo menos 25 foram liberados.
Os militares tiveram que providenciar um caminhão de transporte de tropas para carregar a droga. Do total de maconha apreendida, mais da metade estava distribuída em trouxinhas –embalagens para a venda– e guardada em 27 sacos plásticos. O restante era maconha prensada.
Parte da droga estava acondicionada em cinco galões plásticos usados para armazenar querosene. Segundo a Marinha, os recipientes servem para conservar a droga.
Peritos do 1º Distrito Naval calculam que a quantidade de tóxico apreendido serviria para abastecer, por dois meses, o comércio de drogas em Parada de Lucas e Vigário Geral. "Esse provavelmente era o estoque de Carnaval", disse um oficial.
No mesmo local, os fuzileiros encontraram duas balanças de precisão e farto material para embalagem de maconha e cocaína. No galinheiro havia também cerca de dez quilos de pimenta –que serve para revestir embalagens contendo tóxicos, impedindo que cães farejadores detectem a droga.
Cerca de mil homens participaram das ações nas duas favelas. A operação foi apoiada por dois helicópteros e sete blindados.

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