São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995 |
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TJ autoriza última demolição da Faria Lima
LUIS HENRIQUE AMARAL
No último dia 29 de dezembro, o Tribunal de Justiça de São Paulo revogou a liminar que impedia a demolição da paróquia de São João, na rua Coropé, 108, em Pinheiros (zona oeste). Hoje, às 10h, um oficial de Justiça deverá entregar a notificação de desapropriação à igreja. Ele será recebido por uma manifestação de protesto de paroquianos e dos movimentos que se opõem à extensão da avenida. Na decisão, o Tribunal de Justiça afirma que a emissão de posse da igreja para a prefeitura deve ser feita em caráter de "urgência". O traçado da nova Faria Lima passa por cima de dois dos três prédios da paróquia. O primeiro deles foi construído em 1935, o segundo em 40 e o terceiro em 66. Para tenta evitar a demolição, a paróquia entrou com pedido de tombamento dos três prédios junto ao Condephaat (Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico). Em abril de 94, o órgão realizou estudo e decidiu estudar o tombamento apenas do prédio de 1940, por coincidência o único que não está no traçado da avenida. Este prédio está protegido de demolição até que o estudo esteja terminado. Os advogados da igreja entraram com recurso contra a decisão do Condephaat, argumentando que contra ela ainda cabia recurso ao secretário da Cultura e ao governador do Estado. A Justiça acolheu a argumentação da igreja e concedeu liminar em primeira instância. A prefeitura entrou com recurso no Tribunal de Justiça mas a decisão a favor da igreja foi mantida. Em dezembro, a prefeitura apresentou novo recurso pedindo a demolição da igreja, que foi aceito pelo TJ. A igreja fez um movimento para tentar impedir a demolição. O reverendo anglicano Desmond Tutu, da África do Sul, foi informado sobre o caso e enviou uma carta de solidariedade para a paróquia. Texto Anterior: Leitor pede troca de registro para a Sabesp Próximo Texto: CET monta operação anti-enchente Índice |
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