São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Sutiã 'wonderbra' lidera lista de produtos de 94

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa época de lançamentos de produtos de alta tecnologia no corredor da informação, o destaque de marketing de 1994 ficou com uma velha conhecida peça de roupa de baixo.
O "wonderbra" –sutiã que realça a beleza de bustos de jovens e nem tão jovens de mulheres vaidosas– lidera a lista dos "Produtos do Ano" da revista "Fortune".
A escolha premia o conceito de marketing de que novas idéias podem tornar uma mercadoria modesta em sucesso de vendas.
O "wonderbra", usando técnicas conhecidas de enchimento e armação de arame, junta e levanta os seios, livrando as mulheres de riscos de implantes.
Dona de uma das melhores idéias do ano, a empresa Sara Lee Corporation, que vende os maravilhosos sutiãs por US$ 26, não tem conseguido acompanhar o ritmo da demanda.

"Ham and eggs"'
O sucesso editorial de 94 na Inglaterra não saiu do planejamento estratégico dos grandes grupos de mídia do país. É a "Sainsbury's Magazine", a revista do maior grupo de supermercados do país, J. Sainsbury.
Ilustrada com reportagens sobre culinária, moda e saúde, a revista dobrou sua circulação para 325 exemplares desde o lançamento, há menos de um ano.
Vendida por US$ 1,5 nos 334 supermercados Sainsbury's no Reino Unido, a revista sugere receitas para os novos produtos que vende. A publicação leva aos britânicos –que, como é costume dizer, alimentaram-se por anos com três cafés da manhã por dia– um guia da culinária mundial.
Traz ainda cupons com promoções de venda de produtos sofisticados encontrados em suas prateleiras.
É também um sucesso de publicidade. De um total de 202 páginas da edição de outubro, 80 delas, a US$ 9.500 cada, foram compradas por anunciantes famosos de todos os segmentos da indústria de bebidas e alimentos.

Fora de foco
A onda de desregulamentação e a lei de mercado ainda não chegaram à televisão dos países da Europa Oriental. A mentalidade monopolista e o medo de conviver com redes de TV politicamente independentes freiam o desenvolvimento do mercado de publicidade nas TVs das novas democracias da antiga Cortina de Ferro, de acordo com Charles Coutier, diretor da Young & Rubicam para a Europa Oriental.
Apesar dos entraves à abertura de novos canais, os gastos com publicidade na TV, na Polônia, cresceram de US$ 35 milhões, em 92, para US$ 135 milhões, em 94.
Isso é um resultado da corrida dos fabricantes ocidentais de bens de consumo para conquistar os consumidores nessa fase inicial da formação de sua preferência por marcas e produtos dos quais, durante anos de isolamento do mundo, nunca ouviram falar.

Domínio da mídia
A mexicana Televisa e a brasileira Globo são as únicas redes de TV dos países emergentes capazes de ameaçar o domínio dos EUA no mercado global de exportações de programas televisão, segundo Frank Biondi, principal executivo da Viacom (faturamento de US$ 9 bilhões em 94), dona da MTV e Paramount Pictures, que opera em 142 países.

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