São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Os falantes

CIDA SANTOS

O time do Palmeiras vive tempos de alegria na Superliga. Na última rodada, a equipe completou sete jogos com sete vitórias. E fez mais: quebrou a invencibilidade da então líder do campeonato, a gaúcha Frangosul, com uma vitória por três sets a zero. Uma campanha perfeita de um time que está treinando para falar mais na quadra. É isso mesmo: falar.
Depois da eliminação nas semifinais do Campeonato Paulista, o técnico Renan reuniu o grupo e avaliou como uma das falhas da equipe a pouca comunicação em quadra.
No início da preparação para a Superliga, Renan resolveu mudar essa história.
Ele sabia que teria nas mãos um time formado por jogadores quietos e mais introvertidos. É o caso de cinco de seus titulares: Talmo, Claudinei, Pezão, Hernani e o próprio Giovane. O mais extrovertido é Jorge Édson.
Na tentativa de estimular a comunicação em um time de poucas palavras, Renan decidiu inovar. Passou a reservar cinco minutos do treino de ataque e defesa com uma ordem: nesse período, todos têm de falar o tempo inteiro, não importa o que seja.
O trabalho vem dando resultado. O atacante Eduardo Pezão, por exemplo, diz que está mais falante em quadra.
Renan também já sente mudanças. Depois da vitória sobre a Frangosul, ele não se cansava de elogiar a vibração do seu time em quadra. "A equipe está ficando com a minha cara", dizia.
Se você quiser conferir essas mudanças no time do Palmeiras, uma dica: o time volta a jogar amanhã, contra o Chapecó, no ginásio do Parque Antarctica.
Mas esse não será o principal jogo da oitava rodada da Superliga. Todos os olhos estarão no confronto entre Nossa Caixa/Suzano, time do técnico Ricardo Navajas que treina três vezes por dia, e a Frangosul, do capitão Carlão.
Aliás, Carlão deu uma entrevista na semana passada falando que está pensando em pedir dispensa da seleção em alguns torneios desta temporada. Ele alega cansaço e vontade de tirar umas férias. Não é para menos. Nos últimos anos, o calendário do vôlei tem sido marcado por uma maratona de competições. E nem todos aguentam.
Em 93, Bernardi, um dos principais atacantes italianos, pediu dispensa e ficou fora da seleção. Em 94, foi a vez de Zorzi. Ele só disputou o Mundial. A Itália foi a campeã e reforçou a tese de que descansar também é preciso.

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