São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Insubmisso acha atitude 'perigosa'

CARLOS CIPRÉS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Estudante do quarto ano na Faculdade de Belas Artes de Barcelona, Eduardo Laplaza, 21, se declarou objetor há três anos. Para Eduardo, "é uma aberração ser obrigado a cumprir um serviço como o militar, que corta brutalmente a vida da gente". Eduardo explica que optou pela objeção porque "não gosto nem dos militares nem do Exército".
Atualmente, Eduardo Laplaza está à espera de que as autoridades espanholas lhe indiquem o local onde vai cumprir os 13 meses da Prestação Social Substitutória (PSS), mas ele já sabe o que vai fazer quando receber a convocação: "Não me apresentarei. Aí meu processo irá à Justiça, e serei julgado".
Laplaza acha a atitude dos insubmissos perigosa, porque alguns estão na cadeia. "É uma aposta pesada, porque o confronto direto contra o Estado e suas leis sempre é desproporcional; mas também acho que nossa atitude acabará se impondo."
Mais moderado, Pedro Oliver, 20, é objetor e cumprirá a PSS porque acha que "a gente deve ser útil à sociedade".
Já David Rallo, 19, não se importa em prestar o Exército. "A postura dos objetores é respeitável, mas vou cumprir o serviço. Acho uma boa experiência."
Mesmo não se considerando um patriota, Rallo se considera "disposto a cumprir obrigações com o resto da sociedade". Ele presta vestibular para engenharia e vai pedir para servir daqui a cinco anos, quando acabar a faculdade.
(CC)

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