São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Salários dos políticos; Obrigado Itamar; Mais trabalho Senado; País da hipocrisia; Nada muda; Educação em Minas; Desenvolvimento e cidadania; Governo Fleury; Os ratos e o silêncio

Salários dos políticos
"Deputados e senadores reuniram-se com representantes do Executivo e do Judiciário para aumentarem seus salários e garantirem outras vantagens. Após a aprovação pelo Congresso, o projeto será apreciado pelo presidente da República, seu maior beneficiário. Sugiro que o povo faça o mesmo: reúna-se, decida o quanto acha justo receber mensalmente e também encaminhe o seu projeto ao presidente da República. Será uma bela oportunidade de saber se o país realmente mudou ou se vamos continuar divididos em dois Brasis por mais quatro anos."
Gley P. Costa (Porto Alegre, RS)

"Mais uma vez, o grande Janio de Freitas relata como é nojento o jogo de poder que o Congresso e o presidente da República usam para aumentar os seus salários em 220%. Nós funcionários públicos federais, que temos uma perda salarial calculada pelo Dieese em 213%, cuja data-base é 1º de janeiro, somos comunicados que só teremos direito ao índice de 25,94% parcelado em quatro vezes. Só nós resta a greve."
Guilherme Brito Rodrigues Filho, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

"A Folha poderia liderar uma campanha de coleta de sugestões de alterações da Constituição a ser dirigida ao titular da Justiça. Uma delas seria acabar com mais de uma remuneração provinda dos cofres públicos a qualquer título para uma pessoa. As crônicas dos ilustres articulistas encabeçariam a campanha."
Luiz Carlos da Cunha (Porto Alegre, RS)

Obrigado Itamar
"Temos que reconhecer que o ex-presidente Itamar não cedeu às tentações do poder, formou uma equipe de trabalho a qual deixou trabalhar sob sua confiança e principalmente reconheceu as limitações que todo ser humano possui, mas na maioria não reconhece. Obrigado, presidente Itamar, pela sua simplicidade, honestidade, autenticidade e principalmente por fazer com que tenhamos uma nova e agradável esperança neste maravilhoso país."
Raffaello Pappone (Santana de Parnaíba, SP)

"Itamar fez o certo, o lógico na função de presidente, a de escolher auxiliares competentes, delegá-los poder, cobrá-los responsabilidades e, por fim, assumir os consequentes fracassos ou as merecidas glórias. Parabéns Itamar."
Antonio Fernandes Cavalcante Júnior (São Luis, MA)

Mais trabalho Senado
"O nosso senado (merece letras minúsculas) age como se fosse dono do país, querendo colocar nosso presidente como refém, fazendo a nação esperar enquanto bate-papo no cafezinho. É mais um exemplo da inversão de valores em que aquele que deve servir (o Senado) se coloca acima de quem é seu cliente (o país)."
Renato Corrêa Netto (São José dos Campos, SP)

País da hipocrisia
"Não posso me furtar da obrigação de parabenizar Luis Nassif pelo artigo 'Collor e o país da hipocrisia' (20/12). Pode acreditar que nem o nosso grande Mário Cravo Neto, insuperável mestre da fotografia nos flagrantes da vida real nordestina, conseguiria produzir uma foto em preto-e-branco retratando tão bem o atual cenário político-social do nosso país. Inegavelmente, jamais imaginei que pudesse encontrar escrito aquilo que trago em mente e que dificilmente tenho oportunidade de discutir com alguém."
Celso Oliveira de Almeida (Salvador, BA)

Nada muda
"Entra governo, sai governo e a mentalidade é a mesma. Vergonhosa e pouco eficaz a idéia do ministro da Justiça, Nelson Jobim, de criar uma assessoria especial para melhorar a imagem do Brasil no exterior, segundo ele, sempre vinculada ao desrespeito aos direitos humanos (Folha, 5/01). Seria muito mais positivo gastar o dinheiro do contribuinte em medidas que evitassem massacres como os do Carandiru, Candelária e ianomâmi. O governo deve tentar mudar a realidade em vez de maquiá-la."
Antônio Carlos Queiroz (Brasília, DF)

Educação em Minas
"Como o senhor Eduardo Azeredo não menciona, em seu ingênuo artigo (Folha, 5/01), podemos acreditar que 1995 será mais um ano 'perdido' para a educação em Minas, conforme ocorreu no governo do seu antecessor. Fica o atual governador devendo uma explicação em artigo consistente sobre os rumos da decadente educação em Minas Gerais."
Hugo Pontes (Poços de Caldas, MG)

Desenvolvimento e cidadania
"O artigo de Emerson Kapaz, publicado à pág. 1-3, 'Desenvolvimento, conhecimento e cidadania', destaca pontos nevrálgicos sobre o papel do Estado em relação à ciência, à tecnologia e ao desenvolvimento econômico. Política industrial para o Estado, fortalecimento das câmaras setoriais, requalificação profissional, reciclagem tecnológica e parceria são partes essenciais das posturas e campanhas do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo."
Allen Habert, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Governo Fleury
"Fleury se apresentou com uma riquíssima campanha, cuja musiquinha prometia 'sangue novo, dias melhores e honestidade! Nos palanques gritava que era filho de humilde professora aposentada, que também ganhava pouco! Seduziu o povo e se elegeu. Só que daí fez tudo ao contrário, regendo a pior e mais catastrófica administração do nosso Estado em todos os tempos. Por isso, tornou-se o maior traidor da boa-fé do brioso povo paulista na sua história, que é honrada."
Hélio Selles Ribeiro (Guaratinguetá, SP)

Os ratos e o silêncio
"Causou-nos espécie a leitura do título e da reportagem 'Os ratos e o silêncio', de autoria do jornalista Clóvis Rossi, publicado em 4/01. De um lado, abrilhantou-nos com a preocupação de quem tem o seu espaço diário na mídia impressa, comentando desde o inchaço de uma empresa, passando pelos péssimos exemplos 'de um infernal círculo de conivências', inclusive 'afundando' um barco com bons marinheiros e ratos no porão. As denúncias a que se refere o articulista há muito estão sendo feitas por funcionários, Ministério Público ou outros setores da sociedade civil sem, no entanto, serem ouvidas pelos órgãos competentes ou pelos políticos e detentores do poder."
Paulo Finotti Filho (Ribeirão Preto, SP)

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