São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Ex-dirigente da Cesp contesta genro de FHC

DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro Antonio Carlos Bonini de Paiva, 41, ex-presidente da Cesp, contestou ontem a equipe do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), e disse que o novo governo mente a respeito dos números da gestão Fleury.
A estatal energética de São Paulo está sob o comando do secretário de Energia de Covas, David Zylberstayn, genro do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Bonini, a melhor prova de que a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) foi bem administrada é a evolução do preço das suas ações no mercado financeiro.
"No governo Fleury, cada ação passou de 15 centavos para R$ 1,70", disse. "Agora, devido ao alarme feito pela equipe de Covas, o preço da ação está caindo a R$ 1,10 em média".
Paiva contesta os números sobre a radiografia feita pela equipe de transição de Covas e as comparações com a gestão do ex-governador Franco Montoro.
Paiva exibe um documento assinado pelo Departamento de Contabilidade da estatal. Segundo os seus números, a dívida atual é de US$ 5,2 milhões (R$ 4,4 bilhões), o que corresponderia a 45% do patrimônio líquido da empresa.
Para o ex-presidente, no governo Montoro a dívida já era de US$ 3,8 bilhões (R$ 3,2 bilhões) e correspondia a 100% do patrimônio da estatal.
Paiva contesta também a versão da equipe de Covas de que teria havido superfaturamento no preço das usinas Canoas 1 e 2, iniciadas pela Cesp no governo Fleury.
Segundo os assessores de Covas, as usinas teriam um preço final de R$ 926 milhões. Para o ex-presidente da Cesp, documentos da estatal provariam que esse número seria R$ 442,4 milhões.

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