São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Dinheiro desviado é depositado na Suíça
CLAUDINÊ GONÇALVES
As fraudes no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) são estimadas em até US$ 3 bilhões. Parte do dinheiro desviado foi depositada em bancos de Genebra, onde as contas estão bloqueadas. As investigações na Suíça estão em curso desde 1993, a pedido da Justiça do Rio, mas foram mantidas em absoluto sigilo. A comprovação de que parte do dinheiro (cerca de US$ 30 milhões) circulou por contas bancárias na Suíça foi revelada ontem pelo jornal "Tribuna de Genebra". O juiz de instrução encarregado do inquérito, Daniel Dumartherey, se nega a fazer qualquer declaração antes de concluir as investigações. Por enquanto, ninguém foi indiciado em inquérito. As fraudes no INSS envolviam negociação de dívidas de empresas privadas com a Previdência e pagamento irregular de aposentadorias milionárias. No Brasil, 18 pessoas envolvidas no caso já foram condenadas: o ex-juiz Nestor do Nascimento –que ocupou a 3ª Vara Cível de São João do Meriti, na Baixada Fluminense (RJ)–, três procuradores do INSS, um contador e 13 advogados, com penas variando entre quatro e 15 anos e meio de prisão. Contas As investigações apontaram que Nestor do Nascimento e um casal de advogados realmente abriram contas bancárias em Genebra, por onde o dinheiro passou para ser "lavado". Uma conta na União Bancária Privada CDI-TDB chegou a ter depósitos de quase US$ 14 milhões. Essa conta foi fechada por clientes brasileiros. Outras contas bancárias ainda estão sendo investigadas pela Justiça suíça. Em 1992, Nascimento foi condenado a 15 anos e meio de prisão e excluído da magistratura. Em setembro último, o ex-juiz foi condenado a mais seis anos de reclusão por tráfico de cocaína. Colaborou a Redação Texto Anterior: Bancos culpam prejuízos acumulados Próximo Texto: FHC recua e desiste de super-reunião Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |