São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
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FHC recua e desiste de super-reunião
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo recuou da idéia de promover um grande encontro entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e todos os parlamentares dos partidos que lhe dão apoio no Congresso. O encontro estava previsto para o dia 26.Em vez disso, os deputados e senadores de cada partido vão se reunir em separado com os ministros mais diretamente envolvidos com as propostas de reforma da Constituição. Para não decepcionar e evitar críticas dos parlamentares, o presidente se dispôs a recebê-los depois das reuniões, no Palácio da Alvorada, para um encontro mais rápido e mais informal. Reunido ontem no Palácio do Planalto, o Conselho Político do governo concluiu que o encontro inicialmente previsto, com mais de 300 parlamentares, não traria os resultados políticos esperados. O presidente poderia também ser submetido a situações constrangedoras e imprevistos em uma reunião tão ampla. "Num universo muito grande, ficaria difícil uma maior participação de todos", disse o vice-presidente Marco maciel ao justificar o recuo. Maciel que falou em nome do conselho. Os debates sobre as mudanças na Constituição ficarão a cargo dos ministros Nelson Jobim (Justiça), Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Reinhold Stephanes (Previdência). O encontro havia sido pensado como forma de aproximar o presidente das novas bancadas dos partidos governistas na Câmara e no Senado, que tomam posse em 1º de fevereiro. Servirá para dar início à discussão da reforma constitucional, diz o presidente do PFL, Jorge Bornhausen. No novo esquema acertado ontem, caberá ao PMDB abrir o ciclo de reuniões, no dia 26. O PSDB virá a seguir, dia 27, e o PFL ficará para 3 de fevereiro. PTB, PL e PP, os três menores, definirão uma data comum. O roteiro foi acertado entre Fernando Henrique, Marco Maciel e os presidentes do PSDB, Pimenta da Veiga, do PFL, Jorge Bornhausen, do PMDB, Luiz Henrique, e do PTB, Rodrigues Palma. Os presidentes do PL, Álvaro Valle, e do PP, Álvaro Dias, foram convidados, mas não participaram porque estão no exterior. Amanhã, às 11h, os dirigentes dos partidos se encontrarão com Marco Maciel para detalhar o roteiro das reuniões. Já está certo que FHC não participará dos debates com as bancadas. Reuniões por temas Após a reunião com cada partido, FHC vai realizar reuniões por temas, com a participação de parlamentares de todos os partidos que integram a base governista. Os temas definidos na reunião de ontem foram as reformas previdenciária e tributária e a Ordem Econômica, onde está incluída a questão dos monopólios. Luiz Henrique disse que a reforma política não será incluída na pauta de discussões neste primeiro momento. "Os outros temas são prioritários. A reforma política deve ficar para o próximo semestre", afirmou. Segundo Luiz Henrique, o presidente da República vai abrir os encontros temáticos, mas não vai participar dos debates. O governo será representado pelos ministros de cada área nestes encontros. Texto Anterior: Dinheiro desviado é depositado na Suíça Próximo Texto: Mudança indica desarticulação política Índice |
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