São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Rodolfo Valentino ganha museu aos cem anos de seu nascimento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A poucos meses do centenário de seu nascimento, o ator Rodolfo Valentino ganhou neste fim-de-semana um museu em Castellaneta (província de Taranto, sul da Itália), sua cidade natal.
Rodolfo Pietro Filiberto Guglielmi, seu nome verdadeiro, nasceu em 6 de maio de 1895. Rapidamente se tornou a maior estrela masculina do cinema mudo, com cerca de dez filmes realizados em Hollywood entre 1921 e 1926, mas morreu prematuramente logo depois de completar 31 anos, vítima de uma úlcera.
O museu abriga todo o material relacionado aos filmes, vida pessoal e mito Rodolfo Valentino, reunido a partir de 1924, como uma bibliografia em 32 volumes, pôsteres, discos, filmes e revistas do mundo inteiro.
O museu não se resume a um espaço dedicado à exaltação do maior "latin lover" do início do cinema. Abordará também o lado erudito de Rodolfo Valentino, poeta e jovem inquieto, sempre insatisfeito com o sucesso obtido por seus filmes.
Valentino emigrou para os EUA em 1913, onde trabalhou como garçom e dançarino em locais populares. Sua maneira de dançar tango o leva a Hollywood, onde inicia sua carreira cinematográfica como figurante, em 1918.
O primeiro sucesso acontece em 1921, no filme "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse", de Rex Ingram, cineasta que o dirigiria no mesmo ano em "Uncharted Seas". Sua imagem pouco atlética e ambígua agradou imediatamente às mulheres. No mesmo ano, ratifica sua imagem de homem sedutor em "The Sheik", de George Melford. O filme lança uma moda de filmes árabes em Hollywood.
Em 1922 atua no clássico "Sangue e Areia", de Fred Niblo, e, em 1925, em "A Águia", ambos lançados no Brasil em vídeo no ano passado. Enquanto brilha nas telas, sua vida pessoal não é das mais bem-sucedidas. Seu casamento com Natasha Ranbova foi um fracasso.
Sua morte, em 1926, foi seguida de cenas de pranto, histeria e até suicídios de mulheres. Muitas das fãs que não chegaram ao extremo de se matar são ainda hoje chamadas de "viúvas de Valentino".
Nos anos 60, o italiano Marcello Mastroianni aborda o personagem no teatro na peça "Ciao Rudy", um de seus apelidos. Em 1977, o diretor inglês Ken Russel realizou uma biografia de Valentino e confiou ao bailarino Rudolf Nureyev o papel do mito.

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