São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Álcool na adolescência; Hospitais comunitários; Relíquia; Mensalidades escolares; Voz destoante; Tom agressivo; Fascículos; Collor

Álcool na adolescência
"A Sociedade Brasileira de Pediatria quer associar às opiniões exaradas pelo sr. Luiz Caversan no artigo 'Droga e álcool' (10/01). Constatamos há muito nesta sociedade que o consumo de álcool tem aumentado entre os adultos e jovens e mais recentemente entre os adolescentes. Recentes pesquisas publicadas na literatura mundial têm confirmado estes dados. A Sociedade Brasileira de Pediatria, no ano passado, solicitou ao Ministério Público Federal providências para que as propagandas de bebidas alcoólicas fossem revistas, a fim de não induzir o jovem ao consumo de álcool, como um componente associado ao sucesso."
Mario Santoro Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (São Paulo, SP)

Hospitais comunitários
"O secretário da Saúde, José da Silva Guedes, apresentou na Folha (10/11) a boa idéia de transformar os 19 hospitais inacabados do Estado em hospitais da comunidade. A APM (Associação Paulista de Medicina) apresentou essa idéia em fevereiro de 94 ao ex-ministro Santilho em relação ao Hospital de Pirajuçara, de 250 leitos, que fica no Embu das Artes. A APM, entidade sem fins lucrativos como uma ONG da saúde, gerenciaria o projeto para obter recursos para terminar as obras da maternidade e pronto-socorro e equipá-lo com auxílio da comunidade local. O governador anterior autorizou, mas faltava parecer jurídico. A APM continua disposta a colaborar nessa magnífica idéia."
José Knoplich, presidente da Associação Paulista de Medicina (São Paulo, SP)

Relíquia
"Parabéns a José Geraldo Couto pela justa e lúcida indignação com o culto a esta relíquia do século 19, o automóvel (caderno Mais!, 8/01). Discutir os custos sociais e ambientais da inaceitável opção política pelo carro particular é tarefa de todos aqueles que se preocupam seriamente com a qualidade de vida nas cidades brasileiras."
Sérgio Costa (Itapecerica da Serra, SP)

"Excelente o artigo 'O idiota e a política suicida', de José Geraldo Couto. Em meia página de jornal, uma fotografia do Brasil e sua cultura. Um primoroso tratado sintético de sociologia e ciência política, com admirável senso de jornalismo. Permito-me acrescentar uma informação: o governo federal dos Estados Unidos gasta, anualmente, US$ 14 bilhões para subsidiar trens de passageiros."
Geraldo Ataliba, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Mensalidades escolares
"Há muito tempo venho debatendo o assunto das mensalidades escolares, porém não me atenho apenas aos valores, mas na conjuntura que se soma a esse abuso econômico, o que talvez tenha sido a dissonância entre aquilo que Gilberto Dimenstein escreveu (11/01) e aquilo que penso. O Ministério da Educação deve se preocupar primordialmente com o ensino público. No entanto, é preciso refletir sobre alguns aspectos, tais como: a falência do ensino público não é gratuita, e sim produto de décadas de trabalho dos 'comerciantes da educação'. Mensalidade escolar nas mãos do Ministério da Fazenda é oficializar a 'mercantilização' da educação."
Rodrigo Guimarães Camargo (Ribeirão Preto, SP)

Voz destoante
"Por que nenhum órgão ou autoridade econômica do governo tem rebatido as constantes críticas na forma de artigos do deputado Delfim Netto à política cambial? Será que o deputado é a única voz que destoa do conjunto dos técnicos do governo?"
Ulisses G. de Andrade (Santos, SP)

Tom agressivo
"Fiquei surpreso com o tom agressivo usado pelo jornalista Gilberto Dimenstein no artigo 'Uma idéia corajosa'. Quero deixar claro que embora concorde parcialmente com ele (trabalho diariamente com viciados, em ambulatório público de DST/Aids), cunhar de 'bando de estúpidos' aqueles que defendem pontos de vista diferentes dos seus é, no mínimo, antidemocrático. Entre o preto e o branco, há infinitos graus de tonalidades."
Bruno Pompeu Marques (Santos, SP)

Fascículos
"Lamentavelmente, a função do jornalismo, que deveria ser a de procurar dar a melhor informação, melhorar a consciência do cidadão com análises isentas, contribuir com a democracia, está hoje –pelo menos na Folha, da qual sou assinante– descambando para um incipiente nível jornalístico (de redação) e tornando-se nada mais nada menos do que um veículo de marketing de produtos para a classe média (que não tem ideologia). Os fascículos, da forma como estão sendo lançados, servem apenas para confundir a vida dos cidadãos, transformando o jornal em um imenso instrumento de marketing para grandes empresas. A melhoria das vendas do jornal deveria advir da qualidade dos textos oriundos de uma redação competente, não através de ofertas de produtos para uma classe média alienada."
Luís Carlos Bittencourt (Osasco, SP)

Collor
"O que está ocorrendo com a Folha? Estão nos obrigando a engolir um jornal minúsculo em número de páginas e agora todos os dias tem Fernando Collor na capa. O STF o absolveu e a Folha está fazendo o seu marketing. Usem as poucas páginas com notícias importantes e não com banalidades. Se porventura quisermos saber se o distinto sr. está esquiando em Aspen (EUA), poderemos ler mais a respeito nas revistas 'Caras' ou 'Contigo'; e não na Folha."
Paulo Cesar Assis (São Paulo, SP)

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