São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995 |
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Playcenter fecha por tempo indeterminado
ANTONIO ROCHA FILHO
A decisão foi tomada pelo secretário de Habitação, Lair Krahenbuhl, dois dias após o acidente com o garoto Renan Eduardo de Carvalho Pereira, 11. O menino teve fraturas múltiplas pelo corpo e na cabeça ao cair do "Space Loop", um novo brinquedo importado da Itália por US$ 1 milhão. O brinquedo funcionava havia 20 dias. Até as 21h de ontem, a diretoria do Playcenter estava reunida para discutir o assunto. A posição do parque só deve ser divulgada hoje, segundo sua assessoria. O Playcenter pode voltar a funcionar se obtiver uma liminar na Justiça. Segundo Carlos Alberto Venturelli, diretor do Contru, após vistoriar 13 brinquedos, os técnicos do órgão concluíram que o parque oferece riscos aos visitantes. O termo de interdição aponta as seguintes irregularidades: instalações elétricas e aterramento de equipamentos em desacordo com a legislação; ausência de sinalização de saída e rotas de fuga em caso de incêndio; inexistência de destravamento automático dos portões para emergências; cintos e travas de segurança de brinquedos desgastados e deficientes. Outro motivo para a interdição, segundo Venturelli, seria o laudo de segurança do "Space Loop", apresentado ontem ao Contru pelo Playcenter. O diretor do Contru disse que "o laudo era datado de 20 de dezembro e não tinha a assinatura do proprietário do parque". Segundo Venturelli, o Playcenter só será reaberto após corrigir os problemas e apresentar ao Contru um laudo técnico que comprove a segurança. Dois dos 13 brinquedos vistoriados –"Polvo" e "La Bamba"– foram interditados por problemas de segurança. O "Space Loop" não pôde ser vistoriado por estar sob custódia da polícia técnica, que precisa fazer a perícia do acidente. Anteontem, o Contru havia cassado a licença de funcionamento do Playcenter porque a instalação do "Space Loop" modificou a estrutura do parque e não teria sido comunicada à prefeitura. O parque permaneceu fechado ontem para vistoria dos brinquedos. O estado do garoto Renan ainda inspira cuidados, segundo o médico Guillermo Páramo, diretor-clínico do hospital Metropolitano, na Lapa (zona oeste). O menino está consciente e responde a estímulos verbais, informou boletim médico das 10h de ontem. À tarde, duas tias do garoto, Mara e Maria, foram visitá-lo. Segundo Maria, ele se queixou de dores, mas conversou normalmente. Mara disse que o menino "nem sabe que está em um hospital". A mãe de Renan, Maria das Graças Oliveira, saiu ontem pela manhã, de carro, de Ipatinga (MG), onde mora. Deveria chegar a São Paulo à noite. Texto Anterior: Globo afasta Vera Fischer de novela por indisciplina Próximo Texto: 'Teleférico foi empurrado' Índice |
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