São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995
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Reunião vai definir salário do presidente

LÚCIO VAZ; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma reunião entre o governo e o Congresso vai definir na segunda-feira os valores dos salários do presidente da República, do vice, dos ministros, dos deputados e senadores.
O diretor-geral da Câmara, Adelmar Sabino, afirma que os salários deverão ficar entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.
O primeiro-secretário do Senado, Júlio Campos (PFL-MT), chegou a anunciar anteontem os salários de R$ 10 mil para parlamentares e ministros e R$ 11,2 mil para o presidente.
O projeto que aumenta os salários do Executivo, Legislativo e Judiciário está sendo elaborado pela Câmara e tem votação marcada para a próxima terça-feira, dia 17.
Segundo Sabino, se o salário dos parlamentares ficar em R$ 8 mil, o do presidente não será superior a R$ 9 mil.
Para evitar o efeito cascata nos salários do funcionalismo, um novo projeto vai criar uma tabela especial para os diretores de empresas, da Câmara e do Senado e secretários executivos.
Sem esse novo quadro salarial, haveria um aumento da folha de pagamento dos três poderes em torno de 100%. Este projeto ficará para ser votado em fevereiro.
"Vamos resolver a questão salarial por etapas. Não é possível que, para resolver o problema do primeiro escalão, seja preciso resolver o de um milhão de pessoas", disse Sabino.
O vice-presidente do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Legislativo), José Machado, disse à Folha que o sindicato vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o projeto.
Ele exige que o mesmo percentual de aumento previsto para os salários de deputados seja repassado para os servidores. "Esta equiparação está prevista na Constituição", afirmou Machado.
O governo federal chegou a pensar em aumentar o limite do cheque especial dos senadores e deputados no Banco do Brasil como forma de abafar a reação negativa dos parlamentares ao atraso na sanção do Orçamento deste ano.
Pelo menos até anteontem, ainda discutia-se a possibilidade de o Ministério da Fazenda sugerir ao BB que elevasse temporiariamente o limite de crédito em conta corrente.
A demora na sancão do Orcamento não permitiu que os parlamentares recebessem seus salários no último dia 10.
O aumento do limite do cheque especial, ainda que mantidos os juros de mercado, seria uma compensação, para evitar reclamações.
Até ontem à tarde, porém, nenhuma ordem neste sentido havia chegado à agência do BB na Câmara, informou o deputado Paulo Bernardo (PT-PR).
(Lúcio Vaz e Denise Madueño)

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