São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995
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Segundo dia de operações 'frustra' militares

DA SUCURSAL DO RIO

No segundo dia de ocupação das favelas do Complexo do Alemão (zona norte do Rio) pelas Forças Armadas, as apreensões de armas e drogas se mantiveram abaixo das expectativas dos militares.
Até ontem à tarde tinham sido apreendidos apenas seis dos 80 fuzis AR-15 que estariam em poder dos traficantes locais.
No início da tarde de ontem, o Exército levou um grupo de jornalistas à parte mais alta do morro do Alemão, ocupada agora por tropas militares. Ali, onde funcionava o principal ponto de venda de drogas do morro, chamado "Praça do pó", foi instalado um acampamento com barracas de militares.
O governador Marcello Alencar, o ministro do Exército, Zenildo de Lucena, o comandante militar do Leste, general Edson Alves Mey, e o Secretário de Segurança do Rio, general Euclimar da Silva, teriam sobrevoado o complexo do Alemão de helicóptero.
A quantidade de drogas apreendidas nas favelas continua baixa em relação ao que esperava o comando da Operação Rio. Até o fim da tarde, tinham sido achados 6,6 kg de maconha, 580 trouxinhas da droga e 3.850 papelotes de cocaína.
Os 4.200 soldados da Marinha, Exército e Aeronáutica receberam a missão de distribuir aos moradores 3.000 cartilhas com explicações sobre os símbolos nacionais.
O toque de recolher imposto pelos militares das 19h de anteontem às 5h30 de ontem revoltou os moradores, que alegaram ter dificuldades para chegar em casa antes por causa das ruas bloqueadas.
O helicóptero da Aeronáutica acidentado anteontem em pouso sobre o morro dos Mineiros teve que ser desmontado para ser retirado do local.
Segundo moradores, os vôos rasantes dos helicópteros sobre as favelas teriam provocado o desabamento de um barraco no morro do Alemão.
Uma viatura da Defesa Civil do Estado, convocada pelo Exército, chegou à favela às 11h. Na saída, os funcionários disseram que não houve desabamento de barraco.

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