São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995
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Nova técnica usa molas no tratamento de aneurisma

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Os portadores de aneurisma cerebral já podem ser tratados da doença sem recorrer à cirurgia. Aneurisma é a dilatação localizada de uma artéria que causa a formação de uma bolsa de sangue.
O aneurisma pode romper ou não. Quando isto ocorre, há uma hemorragia que pode levar a pessoa à morte.
O novo tratamento é chamado de embolização e está sendo realizado em Curitiba pela equipe do neuroradiologista Paulo César de Souza.
A embolização, segundo Souza, é o preenchimento do aneurisma com "micromolas", que evitam o acúmulo de sangue no local.
"As micromolas são introduzidas através de um cateter que é colocado na via femural (veia da perna) do paciente e levado até o cérebro", disse Souza.
A micromola é feita de platina e é de espessura milimétrica. Ao ser solta da ponta do cateter, ela se expande e trava dentro do aneurisma, ocupando todo o espaço onde havia sangue e normalizando o fluxo da artéria.
Souza disse que a micromola é acionada pelo próprio médico depois de estar dentro do aneurisma.
O processo é mostrado num monitor de televisão e pode ser acompanhado passo a passo pela equipe que realiza o tratamento.
Souza afirmou que a técnica de embolização é eficiente, principalmente nos casos de aneurismas que não podem ser retirados por cirurgia. Ele afirmou que uma das vantagens do novo tratamento é a redução no tempo de internação do paciente no hospital.
O tratamento pode ser feito com anestesia local, de acordo com o neuroradiologista.
Atualmente, os portadores de aneurisma são submetidos a cirurgia no crânio e chegam a ficar internados por longos períodos para recuperação. A técnica vem sendo aplicada em Paris pelo cientista francês Jacques Moret.

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