São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995 |
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Revista diz que empresário intermediou verba secreta
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A revelação é feita na edição que chega às bancas hoje da revista semanal "U.S. News and World Report". A revista diz que Ramos é "conselheiro" do presidente Fernando Henrique Cardoso e foi quem arranjou a ajuda de James Carville, assessor do presidente Bill Clinton, à campanha de FHC. A Folha apurou que Ramos também tem excelentes relações políticas com o prefeito de São Paulo, Paulo Salim Maluf. Ramos admitiu à revista ter arrumado junto a um banco de Paris dinheiro para uma "amiga íntima" de Brown comprar uma casa há dois anos. Ele afirma nunca ter conversado com o secretário sobre o empréstimo. O problema é que o nome da amiga, Lillian Madsen, não aparece em nenhum documento da compra do imóvel, que está em nome de Brown e de seu filho, Michael. Madsen foi a única moradora da casa. O empréstimo obtido por Ramos também não é mencionado nos documentos públicos sobre a compra do imóvel nem nas declarações de renda e bens de Brown. Madsen, uma artista plástica haitiana, esteve envolvida em outra operação suspeita de Brown: uma alegada "doação" de U$ 700 mil feita pelo governo do Vietnã ao secretário em troca do fim do embargo econômico dos EUA àquele país. A polícia federal norte-americana investigou o incidente depois que o empresário vietnamita Binh Ly o acusou de ter sido um dos intermediários da transação. Ramos também foi investigado pelo FBI no caso vietnamita. Ele emprega a irmã do advogado de Nguyen Van Hao, sócio de Ly. Julie Wunker aproximou seu irmão, Robert Wunker, de Ramos para possíveis negócios entre ele e os empresários vietnamitas. O FBI suspeitava que o imóvel onde Madsen vive pudesse ter sido comprado também com dinheiro levantado por Ly ou Hao. Ramos afirmou a "U.S. News and World Report" que o FBI nada achou de ilegal contra ele. Em junho de 1993, Ramos recebeu o secretário Brown para um jantar em São Paulo, do qual participaram 15 empresários e políticos brasileiros. Brown, 53, foi lobista da empresa Patton, Bogs & Blow, uma das maiores dos EUA, durante 12 anos. Depois, foi presidente do Partido Democrata. Em 1992, foi acusado de ter recebido favores de empresas de Nova York para escolher a cidade como sede da convenção do partido. A Folha tentou localizar Ramos ontem à tarde, mas ninguém atendeu aos telefonemas em sua casa. Texto Anterior: TVs e rádios podem pagar tarifa Próximo Texto: Déficit pode superar US$ 1 bi em dezembro Índice |
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