São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995 |
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Exportador teme manipulação
RODNEY VERGILI
Para ele, a mudança de estimativa governamental de déficit (saldo negativo) na balança comercial (exportações menos importações) em dezembro de US$ 47 milhões para até US$ 1,3 bilhão "é preocupante, podendo soar como manipulação". Moraes diz que a AEB tem alertado desde o início do Plano Real para a necessidade de se restaurar a competitividade das exportações brasileiras. Ele sugere medidas de "desoneração fiscal", ou seja, a eliminação dos impostos sobre as exportações. Ele acredita ainda que é preciso enfrentar a "questão portuária", isto é, reduzir o custo dos portos brasileiros que chegam a ser o dobro ou o triplo dos concorrentes (Chile, Taiwan, Hong Kong). Pior resultado dos últimos 20 anos, o déficit foi considerado um "fenômeno sazonal" pelo deputado federal Roberto Campos (PPR-RJ), ex-ministro do Planejamento. Para ele, é um efeito "típico do mês de dezembro, quando as importações se ampliam". Para Roberto Campos, a diminuição dos impostos para a compra de produtos importados pelo correio –medida que já foi suspensa– pode ter influenciado no resultado. Em sua opinião, o fenômeno acaba até fevereiro. "O que não podemos é ter um déficit sustentado na balança comercial. Só há motivos para inquietação se os números se mantivessem neste patamar ao longo do trimestre", disse. Para Campos, o Brasil deve aceitar a redução de seu superávit comercial, porém não um déficit. Os custos para os exportadores deveriam ser reduzidos pelo governo, segundo Roberto Campos, "não necessariamente pela desvalorização cambial": Roberto Campos avalia que há necessidade de um saldo comercial na ordem de US$ 6 bilhões para evitar um déficit sério no balanço em conta corrente. O diretor da Andima (que reúne as empresas de mercado aberto) e do Banco Boavista, José Alfredo Lamy, diz que o resultado negativo da balança comercial em novembro e dezembro não pode ser extrapolado para os outros meses. A sazonalidade do comércio exterior faz com que, de novembro a fevereiro, os saldos tendam a ser menores, diz Lamy. Os melhores resultados ocorrem de março a setembro. Lamy estima qme US$ 5 bilhões o superávit comercial em 1995. Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: Déficit pode superar US$ 1 bi em dezembro Próximo Texto: Presidente vai a teatro e quase acaba no elenco Índice |
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