São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995
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Parmalat desafia líder Polenghi

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A italiana Parmalat começa o ano em alta velocidade na busca da liderança nos mercados onde atua e onde pretende entrar.
A largada começa com a importação de um produto para tentar quebrar o monopólio da francesa Polenghi no segmento de queijo cremoso em porções.
Trata-se do Formaggino, queijo que vem da Itália para concorrer com o Polenghuinho.
Produto nacional e tradicional, o Polenghuinho sobrevive nas prateleiras dos supermercados há mais de 40 anos, praticamente sem concorrentes.
"Vamos 'parmalatizar' esse setor", brinca Alvaro Novaes, diretor de marketing da Parmalat.
A indústria calcula que esse mercado atinja US$ 30 milhões em 95. Os brasileiros, acredita, deverão consumir cerca de 3.000 toneladas desses produtos até dezembro.
Sua meta: que entre 35% e 50% dessa quantidade leve o nome Formaggino.
Mas essa novidade é apenas a primeira acelerada na corrida por maior espaço no mercado de alimentos industrializados.
Entre esta semana e fevereiro próximo, lança mais 21 novos produtos.
Para colocar nos supermercados apenas quatro deles, está desembolsando cerca de US$ 4,5 milhões. Essa quantia inclui a publicidade para o primeiro semestre.
O Formaggino entra nesta leva: chega às lojas em embalagem de oito porções (175 gramas) pelo preço médio de R$ 2,00.
O preço é competitivo, diz Novaes. Pesquisa encomendada pela Parmalat mostra que o preço médio da caixa do líder de mercado com seis porções (120 gramas) é de R$ 2,10.
Outro lançamento é o requeijão Parmalat. O mercado é dominado pela Danone (Poços de Caldas), que tem uma fatia de 20%. A Parmalat afirma que no ano passado as vendas no comércio somaram US$ 100 milhões, o equivalente a 20 mil toneladas.
Para chamar a atenção do consumidor, o produto vem com uma sobre-embalagem de papel com receitas.
A idéia é deter 15% do mercado com essa marca –fora as marcas Mimo e Lacesa, que são da Parmalat (juntas, estas têm 23%).
Outro produto em lançamento é a manteiga extra Parmalat. Detalhe: a indústria já tem outras 11 marcas de manteiga.
Os números e cifras são maiores: o país consome 30 mil toneladas do produto, o que rende ao comércio US$ 220 milhões. O objetivo é ter 6% do mercado com a própria marca. Com as outras, ocupa o segundo lugar segundo dados internos.
O quarto lançamento é o Mascarpone, um queijo fresco usado na confecção de pratos finos. É ingrediente da famosa sobremesa italiana tiramissu, por exemplo.
Ele revela, entretanto, que a verba para publicidade e marketing para este ano está na casa dos US$ 50 milhões. Em 94, foram US$ 30 milhões. A conta da Parmalat está com a agência DM9.

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