São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995 |
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Lisboa expõe múltiplas visões do Brasil
JAIR RATTNER
A partir do dia 26, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, os portugueses poderão ver pinturas dos viajantes que passaram pelo Brasil entre os séculos 16 e 19, uma seleção de fotografias da Coleção Pirelli-Masp, fotos do baiano Mário Cravo Neto e o trabalho dos arquitetos Lúcio Costa e Ruy Ohtake. É a primeira vez que o Centro Cultural de Belém dedica três meses a um país. "Somos a Fundação das Descobertas e temos de privilegiar as relações com os países que falam o português", explica José Monterroso Teixeira, diretor do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém. Segundo Teixeira, a idéia foi desencadeada pela exposição "O Brasil dos Viajantes", que reúne a iconografia de viajantes de vários países que passaram pelo Brasil entre os séculos 16 e 19, apresentada no Masp entre outubro e dezembro do ano passado. Complementando a exposição de obras do passado, a Fundação das Descobertas reuniu visões atuais sobre o Brasil –de fotógrafos e arquitetos. Ao trazer uma parte da coleção Pirelli-Masp, a fundação tem como objetivo criar um exemplo para as empresas portuguesas, esperando que também invistam em coleções públicas de arte. Com dez maquetes e centenas de fotografias, a exposição de Ruy Ohtake é a mais completa realizada até hoje e coincide com o lançamento em Portugal do livro "A Arquitetura de Ruy Ohtake". Através de fotografias, a exposição mostra o projeto do Parque Ecológico do Tietê e a embaixada do Brasil em Tóquio, entre outras obras. Lúcio Costa Com fotografias de 92 projetos, a exposição "Presença de Lúcio Costa" tem como objetivo mostrar o trabalho do arquiteto como um marco na arquitetura feita no Brasil. "Ele iniciou o modernismo na arquitetura brasileira e foi uma referência para todo o movimento", explica Teixeira. Segundo ele, a exposição é baseada na que foi realizada no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, organizada pela filha do arquiteto, Maria Elisa. "A mostra realça também o papel que Lúcio Costa teve como pioneiro na preservação do patrimônio histórico e arquitetônico brasileiro." Os sete módulos em que se divide a mostra trazem desde o edifício do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro –um prédio da década de 30 que iniciou o modernismo na arquitetura brasileira– até a criação de Brasília e a intervenção política. Shows Durante o período em que as exposições estiverem abertas, haverá também apresentações de música e dança brasileira. Foi apresentado ontem o show "I Ching", do grupo Uakti. Estão previstos ainda Wagner Tiso com o Rio Cello Ensemble, em 23 de fevereiro, espetáculos de dança do grupo Corpo, de 1º a 4 de março, e um show de João Bosco. Texto Anterior: Guerreiro precisa parar e descansar Próximo Texto: Cinemateca da Índia luta para preservar produção gigantesca Índice |
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