São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
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Julgamento de Simpson entra na fase final

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A fase final do julgamento do ator e ex-jogador de futebol americano O. J. Simpson, acusado de duplo homicídio, tem início marcado para amanhã em Los Angeles, Costa Oeste dos EUA.
Simpson é a pessoa mais famosa e mais rica jamais julgada por assassinato nos EUA. Ele é acusado de ter matado a facadas sua ex-mulher, Nicole Brown, e um amigo dela, Ronald Goldman, na noite de 12 de junho de 1994.
Não há testemunhas do crime nem foi encontrada a arma com que Brown e Goldman foram esfaqueados. Simpson se diz inocente. Ele é negro e as vítimas eram brancas.
O júri de doze pessoas já está isolado em um hotel desde a primeira semana de janeiro por ordem do juiz, Lance Ito, que com isso tenta evitar a influência sobre ele dos meios de comunicação de massa.
Nas últimas duas semanas, Ito tem ouvido argumentos da promotoria e da defesa sobre a inclusão no julgamento de evidências de dezenas de agressões físicas de Simpson contra Brown.
A promotoria acha que elas mostram um padrão de comportamento de Simpson em relação à ex-mulher e podem explicar a razão do homicídio: a última maneira de um marido ciumento controlar a mulher que não o quer mais.
A defesa argumenta que a apresentação desses episódios ao júri pode fazer com ele julgue Simpson não como inocente ou culpado de um crime de homicídio mas como marido violento ou não.
Ito vai divulgar hoje sua decisão sobre esse assunto. Ele também vai resolver hoje se os familiares de Nicole Brown poderão estar presentes às sessões com o júri. Eles têm acusado Simpson da morte de Brown.
O júri é composto por oito negros, dois hispânicos, um descendente de asiáticos e um só branco. Para a maioria dos analistas, essa composição é favorável ao réu.
A promotoria não está pedindo a pena de morte para Simpson. Se for condenado, sua pena máxima será a prisão perpétua.
A principal arma da promotoria serão os exames de DNA feitos com amostras de sangue recolhidas de dentro do carro de Simpson após os crimes. Acredita-se que elas sejam compatíveis com os tipos de Simpson e das vítimas.
O argumento fundamental da defesa será a de que Simpson tem álibis que cobrem a maior parte da noite de 12 de junho e o tempo em que ele alega ter estado sozinho em sua casa foi insuficiente para ter cometido o crime.

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