São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Mário Covas descumpre promessas de campanha

Além de não extinguir secretarias, tucano criou mais duas

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O tucano Mário Covas inicia seu governo em São Paulo descumprindo ou adiando compromissos e promessas assumidas durante a campanha eleitoral.
O descumprimento mais patente é a promessa de redução do número de secretarias de Estado e o fechamento de órgãos públicos.
Já no final da campanha eleitoral, o tucano disse que pretendia reduzir o número de secretarias existentes durante o governo Luiz Antonio Fleury Filho (21). Secretarias seriam extintas ou fundidas.
Citou como exemplo a Secretaria de Assuntos Penitenciários, "uma pasta sem sentido", como chegou a dizer.
Até hoje, 22º dia de governo, a Secretaria de Assuntos Penitenciários continua existindo.
Na prática, o governo Covas tem hoje duas secretarias de Estado a mais do que Fleury e nenhum órgão público foi extinto. Além da secretaria voltada para assuntos penitenciários, o governo Covas tem duas pastas com "status" de secretaria (Comunicação e Casa Civil).
Outra promessa que ainda não saiu do papel é referente a sonegação de impostos. O programa de governo tucano diz em sua página 8 que "tão logo assumir o governo, Mário Covas desencadeará implacável combate à sonegação, com medidas destinadas a produzir resultados a curtíssimo prazo".
Durante as três primeiras semanas de governo, nenhuma decisão nesse sentido foi anunciada pelo governador.
Outras promessas de campanha serão adiadas em função da situação financeira do Estado.
A prometida informatização "em larga escala" começará a ser colocada em prática, com otimismo, em 96, depois de encerrado o saneamento dos cofres públicos.
O mesmo vai ocorrer com a recuperação dos salários do funcionalismo público.
As áreas sociais e de infra-estrutura também não terão verbas este ano. É o caso de promessas como "levar água a toda a população", "ampliar os serviços de esgoto para oito em cada dez paulistas" e a dinamização das obras de despoluição do rio Tietê.
O "caos financeiro' encontrado por Covas também impede uma aproximação com a iniciativa privada.

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