São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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'É o jardim da minha casa'

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Como faz religiosamente há 20 anos, o aposentado Arthur Gonçalves Christino, 90, saiu de sua casa na última quarta-feira pela manhã e foi ao parque da Aclimação (região central).
No local, ele caminha, conversa com os amigos, aprecia a natureza. A beleza do lago e das árvores é um dos pontos fortes do parque, como a localização central e a facilidade de acesso: é servido por 18 linhas de ônibus.
"Esse parque é o jardim da minha casa", diz o aposentado.
Christino é um típico frequentador do parque, muito utilizado pelos moradores da vizinhança.
Como ele, a maioria dos visitantes costuma caminhar no parque. Daí a proibição da entrada de bicicletas, segundo a prefeitura. Mas a regra nem sempre é respeitada. As bicicletas são comuns no parque.
"Todo mundo tem direito de andar de bicicleta. Mas todos, adultos e crianças, têm de respeitar os limites do outro", diz Christino, referindo-se às manobras radicais dos ciclistas.
Na opinião do aposentado, o maior problema do parque é justamente a falta de educação dos frequentadores. "O brasileiro é depredador. O parque só não é melhor por causa dos próprios visitantes. Não adianta melhorar o parque se o público vai destruir tudo", diz.
Ele conta que um dia viu um garoto quebrando o galho de uma árvore. "Algumas pessoas foram repreender o menino. O pai dele não gostou, disse que ninguém devia advertir seu filho e ainda incentivou a criança a continuar quebrando a árvore", lembra.
Diva de Barros, 67, amiga de Christino, concorda com ele. "O pessoal não respeita nada. As placas proíbem cachorros soltos, mas o parque está cheio deles", afirma.
(ARF)

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