São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Histórias espantam mulheres do Trianon

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os 20 parques avaliados pelo Datafolha, o Trianon é o único em que as mulheres formam a minoria do público.
Situado junto à avenida Paulista, na região central da cidade, o Trianon recebe durante o dia grande número de bancários que trabalham nas instituições financeiras da Paulista.
Fundado no final do século passado, o Trianon é de um tempo em que as mulheres eram tratadas de "senhoras" –ao menos, é esta a palavra que até hoje está pintada na placa que indica o banheiro feminino do parque.
Há seis anos, de segunda à sexta, um grupo de amigos se reúne na mesa central do parque para jogar truco, das 13h às 14h. "Já aconteceu de esquecermos o baralho e guardarem para a gente", conta o bancário Renato Avedissian, 27.
Durante a semana, na hora do almoço, o parque também costuma abrigar casais que se arrepiam diante da possibilidade de serem fotografados pela reportagem.
São pessoas que se identificam como colegas de trabalho, mas que temem serem confundidas com namorados.
"Vim com ele aqui porque não tenho coragem de vir sozinha. Já ouvi muitas histórias de assalto e até de estupro", diz uma bancária que se chama Fernanda.
As únicas mulheres à vontade encontradas pela Folha durante uma visita vespertina eram quatro estudantes de Salvador, que estavam na cidade para participar de um congresso.
"Ninguém nos disse que era perigoso. Falaram que era um ponto turístico. Estou achando lindo", disse Daniela Silva, 21.
(MSy)

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