São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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"Só tem uma sombra aqui", diz usuário

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma lata de lixo sem o fundo, presa por uma corrente ao redor de uma árvore, como se fosse um cachorro, é a imagem que sintetiza os problemas do parque Raposo Tavares.
Sem fundo, a lata de lixo não serve para nada, mas se ficar largada, sem a corrente, poderá ser roubada.
Construído sobre um aterro sanitário desativado, esse parque tem pouca vegetação, quase nenhuma conservação e segurança igual a zero.
"Não tem quase nada aqui. Pelo menos, uma sombra tem", diz Paulo Ribeiro, 27, sentado embaixo de uma das poucas árvores do parque.
Ribeiro é segurança em uma empresa particular. Ele não tem nada para fazer no parque a não ser observar os filhos Diego, 7, e Pabline, 5, brincarem em um playground precário.
Na última terça-feira, às 13h, os únicos frequentadores do parque eram os Ribeiro e o garoto Alex Marinho, 17, que soltava pipa num descampado.
Não sem razão, Marinho observa: "Legal aqui é o sossego".
O sossego beira a desolação. "Nunca vi um segurança aqui. Os poucos brinquedos que existem, estão quebrados", diz Ribeiro.
No Raposo Tavares, há mato em todos os gramados, o campo de futebol é de terra e esburacado e os banheiros, apesar do fraco movimento, estão sujos.
(MSy)

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