São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Supermercados geram 3.800 vagas no país

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Estimulados pelo reaquecimento nas vendas nos últimos dois anos e pelo acirramento da concorrência, os supermercados planejam expansão e novas contratações.
Pelo menos quatro grandes redes –Cândia, Carrefour, Makro e Sé– prometem inaugurar sete novas lojas até o final deste ano. Serão 2.800 vagas para funções que, em sua maioria, exigem apenas 1º grau e nenhuma experiência.
Para o próximo ano estão previstas a abertura de pelo menos outras sete lojas que, juntas, criarão mais 2.150 postos de trabalho (veja quadro abaixo).
Essas estimativas para 96 não levam em conta a entrada no Brasil da agressiva rede norte-americana Wal-Mart (leia box ao lado) –que deve abrir neste ano três lojas na Grande São Paulo e região do ABCD e gerar pelo menos mil empregos–, nem a expansão de redes menores de supermercados.
Atualmente, o setor emprega cerca de 650 mil pessoas no país e é responsável por mais 1,95 milhão de empregos indiretos.
As estatísticas, entretanto, já foram melhores. Esse segmento do varejo chegou a manter 800 mil trabalhadores em 1990.
"A estabilidade econômica trouxe incremento nas vendas, mas os supermercados continuam faturando menos que em 90", diz Paulo Afonso Girardi Feijó, 36, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
"O aumento nas vendas não será proporcional ao número de contratações", avisa Joe Desouza, 52, diretor de Recursos Humanos do Makro Atacadista, que emprega 4.000 pessoas no país.
Segundo Luiz Otávio Nascimento, 40, sócio-diretor da consultoria Gouvêa de Souza & MD, a tendência é de diminuição do número de funcionários necessários à operação de um supermercado.
O perfil dos profissionais recrutados pelas redes também deve sofrer alterações. "Os especialistas em cada setor devem dar lugar a funcionários polivalentes, que podem ser realocados em diferentes áreas conforme o movimento da loja", diz Nascimento.
Essas mudanças decorrem da automação dos caixas e da maior participação do fornecedor no processo de vendas das lojas –opções que já estão recebendo adesão de supermercados do país.

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