São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Mudanças no Paulista-95 estimulam o jogo violento

TELÊ SANTANA

Acompanhei de longe os encontros dos árbitros no Centro de Treinamento do São Paulo. Depois de ler as mudanças determinadas pelo presidente da Federação Paulista com relação às regras de futebol, modificadas para este campeonato, cheguei à conclusão de que elas, em alguns casos, pouco mudam no que vinha ocorrendo. Analisemos:
1- Ter 11 jogadores no banco de reservas. Raramente teremos uma equipe, mesmo que seja grande, com este número de atletas no banco, já que nem todos terão tantos no elenco.
No caso de vitória isso aumentaria em muito o preço da gratificação. E o treinador só poderá aproveitar três jogadores do banco.
2- Tempo que terá o técnico. Aos 22min de cada tempo, ele terá direito a três minutos para falar com seus jogadores. Isso não trará prejuízos ao espetáculo ou aos profissionais. Em determinados jogos poderão trazer até benefícios.
3- As três substituições trarão resultados positivos para o jogo e para os profissionais.
4- Os três pontos por vitória farão com que os técnicos e os jogadores se preocupem em jogar mais ofensivamente para ganhar os jogos.
5- O cartão azul, que permite a substituição de um jogador expulso, eu considero prejudicial ao espetáculo e aos árbitros. Ao espetáculo porque trará a oportunidade aos técnicos que gostam de mandar bater, de usar tal artifício.
Trará também uma dúvida e uma saída para o árbitro, que no caso de uma entrada por trás, desleal, se utilizaria do cartão azul para não expulsar um jogador de apenas um time.
Tenho lido que a Fifa não concordará com essa invenção do presidente da Federação.
O que devia ser feito era orientar os árbitros para termos mais tempo de jogo, não aceitando as catimbas, os desaparecimentos dos gandulas nos campos do interior quando o resultado é favorável ao time da casa.
Orientados para que não se permita que, ao cometer uma falta, um jogador impeça que o jogo siga imediatamente. Que dê cartão amarelo no primeiro ato de retardamento do jogo, principalmente do goleiro, que normalmente só é punido no final da partida.
Deviam ser orientados para manterem a barreira em seu devido lugar, a 9m15. Mas para os dois lados, porque já vi serem rigorosos só com um time.
Que cobrem e exijam correção, educação, respeito e comportamento igual de todos. Aí sim, fazendo isso, estarão todos cooperando para que tenhamos espetáculos que agradem.

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