São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Construtoras vão apostar alto neste ano

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O clima de euforia é evidente entre os empresários da construção civil que fecharam 1994 com um bom desempenho de vendas e muitos planos para aumentar o faturamento este ano.
A Encol, por exemplo, tem como meta uma alta de 50% em seu faturamento. Em 94, a construtora faturou cerca de US$ 1,5 bilhão.
"A perspectiva é que o crescimento seja ainda maior no Estado de São Paulo, devido à abertura de novas filiais no interior", diz Dolzonan da Cunha Mattos, diretor-superintendente da Encol.
A empresa, que atua em 29 cidades do interior do Estado, abriu recentemente filial em Franca (401 km a norte de SP). Deve inaugurar ainda este mês a filial de Rio Claro (175 km a noroeste de SP).
"Planejamos lançar este ano 90 empreendimentos no interior e 50 na Grande São Paulo."
Se for cumprida, a meta deve gerar um volume de negócios em torno de US$ 580 milhões apenas na capital e na região do ABC.
Segundo Dolzonan, os carros-chefes da empresa em 95 devem continuar sendo apartamentos de três e quarto dormitórios com áreas entre 80 m2 e 120 m2. Preços: de US$ 70 mil a US$ 120 mil.
A incorporadora Inpar também pretende investir em apartamentos de três e quatro dormitórios.
"A opção se baseia em nossa experiência nessa faixa de mercado. Mas também há demanda para imóveis menores", diz Marco Parizotto, 29, diretor comercial do Grupo Parizotto –que hoje tem a Inpar como principal empresa.
A incorporadora fechou 1994 com 12 lançamentos na cidade de São Paulo e no litoral. Teve um faturamento de R$ 75 milhões. A expectativa para este ano também é de crescimento.
Parizotto diz estar preocupado com a questão do financiamento bancário para a construção de novos edifícios.
"O problema de falta de financiamento ainda não existe, mas sempre há um receio. Os recursos da caderneta de poupança, que financiam a habitação, não estão crescendo na mesma proporção que a demanda por imóveis."
Ainda assim, a Inpar tem programação para lançar 12 empreendimentos neste primeiro semestre –volume total lançado pela empresa no ano passado.
"Essa meta prevê faturamento de R$ 100 milhões no período de janeiro a julho", afirma Parizotto.
Vila Mariana, Campo Belo, Alto da Boa Vista, Saúde (zona sul), Jardins e Jardim Bonfiglioli (zona oeste) são alguns bairros que irão receber os novos prédios. Como média, a Inpar quer colocar à venda dois empreendimentos por mês.
O planejamento da Gafisa em São Paulo trabalha com a mesma meta: fazer dois lançamentos/mês. No ano passado, a empresa lançou sete empreendimentos e faturou cerca de R$ 100 milhões.
"Devemos aumentar o faturamento na cidade de São Paulo em 40%", diz Odair Senra, 48, diretor de incorporações da Gafisa.
A empresa guarda a sete chaves detalhes do megalançamento que deve fazer ainda este mês.
Sobre o empreendimento, sabe-se apenas que a Gafisa vai criar um bairro totalmente planejado na zona oeste da cidade.
Será formado por prédios com apartamentos de três e quatro dormitórios e infra-estrutura de segurança e lazer.
Segundo Senra, o empreendimento será diferente dos condomínios fechados já existentes.

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