São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Área perde 2 campos de futebol por dia
MARCUS FERNANDES
"Nos últimos quatro anos o desmatamento na região foi descontrolado", diz Mario Mantovani, coordenador da fundação. Todo verão, a SOS Mata Atlântica (fundação não-governamental de preservação ambiental) recebe denúncias contra empreendimentos acusados de destruir a vegetação nativa. Segundo estudo feito pela entidade, restam no Estado de São Paulo 7% da cobertura vegetal original da mata. Para João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Instituto Sócio Ambiental, órgão ligado ao Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), "o governo induz as pessoas a cometerem irregularidades". Segundo Capobianco, relatório entregue em novembro de 1994 ao Consema pelo DEPRN (Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Naturais) informa que, entre 1991 e 1993, 60% das multas e embargos relacionados a construções irregulares "foram abrandados ou simplesmente revogados". "A legislação é clara. O problema é que o governo fechou os olhos para o cumprimento da lei, deixando que a especulação imobiliária atuasse quase livremente", afirma Capobianco. Segundo Ricardo D'Ercole, diretor do DEPRN em Santos, há a necessidade de se criar uma lei de zoneamento e uso do solo, disciplinando claramente o que pode ser feito na área litorânea. "Sem isso, as vendas irregulares de lotes não serão suficientemente coibidas e, depois de comprado o terreno, o culpado passa a ser o proprietário", diz D'Ercole. (MF) Texto Anterior: Encol tem 34 lançamentos Próximo Texto: Corretor vende mata nativa Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |