São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Sexo sai caro para organismos

RICARDO BONALUME NETO

Especial para Folha
Os cientistas não sabem explicar muito bem por que a natureza inventou o sexo. E essas descobertas recentes mostram que eles continuam tendo surpresas sobre as formas de "fazer amor" preferidas por seres tão diversos como peixes de aquário, besouros de farinha ou babuínos.
Os pesquisadores não sabem explicar a coisa por uma questão que se poderia dizer "orçamentária". Custa muito mais a um organismo fazer sexo do que optar pelo método mais eficiente de se partir em dois.
No sexo o gasto energético do organismo é maior, além das incoveniências sociais. Veados precisam combater seus rivais com seus chifres, pavões têm de fazer um desfile de penas carnavalescas e adolescentes humanos devem pelo menos pagar o cinema, ou o motel, para suas amadas.
O sexo tem a grande vantagem evolutiva de mesclar genes. Se uma espécie não encontra um jeito de fazer frente às mutações nocivas de seu material genético, ela tende a desaparecer.
Se o genoma, o conjunto dos genes, nunca muda, as mutações deletérias tendem a se avolumar, se concentrar e criar problemas insuperáveis. Com a saudável mistura de genes que o sexo traz, pelo menos esse problema deixa de existir.
(RBN)

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