São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995 |
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'Só mesmo com o Exército'
DA AGÊNCIA FOLHA, NO MARANHÃO O padre Carlos Ubbiali, 55, acredita que a reação dos fazendeiros e lavradores contra a demarcação da aldeia guajá só poderá ser contida com a presença do Exército na região. Nascido em Bergamo (Itália), Ubbiali chegou ao Brasil em 1975 para trabalhar nas comunidades eclesiais de base.Agência Folha – Por que a demarcação gera protestos? Carlos Ubbiali – Os fazendeiros invadiram a área indígena awá-guajá na base do direito da conquista e não querem sair de jeito nenhum, não reconhecem o direito dos índios. Atualmente, eles protestam para que não seja demarcada área alguma. Havendo a demarcação, os fazendeiros serão considerados invasores. Agência Folha – Como ficam as famílias de lavradores? Ubbiali – Elas vão precisar deixar a área, mas nós do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) estamos lutando do lado deles pela reforma agrária. Agência Folha – O que falta para sair a demarcação? Ubbiali – Pelo que a gente viu, o Ministério da Justiça deverá manter as portarias. Nós temos uma carta do ex-ministro da Justiça pedindo a intervenção do Exército para proteger agrimensores e Polícia Federal. A esta altura do campeonato, só mesmo com a presença do Exército na aldeia. Se foram até o Rio, por que não podem intervir para defender o direito dos índios? Texto Anterior: Índios vivem clima de guerra no Maranhão Próximo Texto: 'Aqui não tem tribo nenhuma' Índice |
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