São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995
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ACM e Itamar perdem influência com Motta

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A influência do PFL –em especial do senador eleito Antônio Carlos Magalhães (BA)– e do ex-presidente Itamar Franco sobre o setor de Comunicações está sendo abalada.
Desde que tomou posse como ministro das Comunicações, Sérgio Motta, 54, tem substituído pessoas ligadas aos dois grupos. Além disso, as indicações para os postos chaves no setor feitas por Itamar, ACM e pelo PFL vêm perdendo força a cada dia que passa.
O declínio do "domínio" começou com a perda de um dos cargos mais estratégicos do setor: o comando da poderosa Secretaria de Fiscalização e Outorga do Ministério das Comunicações, responsável por todos os processos de concessão de canais de rádio e TV.
O ministro substituiu o então titular do cargo, Hélio Matos –homem de confiança do PFL– por Egídio Bianchi, um dos mais próximas de Motta no ministério.
Sérgio Braga, indicado por ACM e Itamar para comandar a Embratel, deve perder a briga para Assis Barbosa, diretor da empresa de telecomunicações Promom.
Mas é Itamar quem tem sofrido as maiores baixas, principalmente no comando das três maiores subsidiárias da Telebrás – Telemig, Telerj e Telesp, responsáveis por 50,6% dos investimentos da estatal e 57,1% dos terminais telefônicos instalados no país.
Itamar pode não fazer o presidente da Telesp como pretendia, além de ver os amigos José de Castro e Júlio Boechat perderem o comando da Tejerj e Telemig, respectivamente.
O nome escolhido por Itamar para a presidência da Telesp –Djalma Morais, que era ministro das Comunicações até o mês passado– vai perdendo espaço para o diretor-financeiro da empresa, Sampaio Dória.
Mesmo que consiga o cargo, Djalma terá que dividir poder com Dória, que tem o aval do governador Mário Covas (PSDB–SP).

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