São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995 |
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Chase promove reestruturação de empresas
MARISTELA MAFEI
O serviço, introduzido no Brasil pelo Banco Pactual (na área financeira), tende a ganhar reforço com a adesão de instituições do porte do Icatu, Citibank e Garantia. A reestruturação financeira de empresas está agregada ao "corporate finance", setor dedicado, nos grandes bancos, a fusões, aquisições e assessoria financeira. "O Chase já faz esse serviço para seus clientes há mais de 30 anos, mas sem encará-lo como um negócio, um business", diz Valdemir Campelo Costa, diretor-adjunto do Chase, responsável, entre outros projetos, pela reestruturação da dívida da Açominas– o que acabou viabilizando a privatização da empresa. O serviço é procurado por empresas que têm problemas e precisam ser reestruturadas, e também por outros bancos, que encaminham clientes na expectativa de recuperarem créditos não quitados. Ao contrário do que o nome insinua, a reestruturação financeira de empresas não é indicada apenas para empresas "quebradas", em concordata, devedoras ou prestes a ter pedido de falência decretado. "Muitas vezes a empresa dá lucro, mas tem que resolver problemas de endividamento para planejar o futuro", diz Patrik Ledoux, vice-diretor sênior do Chase. "O problema é que, via de regra, os empresários só acordam quando falta caixa. Todo um trabalho preventivo pode ser feito para evitar isso", diz Costa. Atualmente, o Chase tem dez pedidos em carteira de empresas interessadas no serviço, boa parte delas à procura de reestruturação de dívidas de curto prazo. Com a economia estabilizada, essas empresas querem resolver problemas financeiros para traçarem estratégias de crescimento de longo prazo. Basicamente, o serviço de reestruturação financeira de empresas tenta adequar "o que a empresa quer", como diz Ledoux, com sua capacidade de gerar caixa. Os especialistas da área fazem todo um levantamento da situação financeira, e propõem soluções para a empresa superar o momento difícil. José Luis Osório, sócio do Banco Icatu, detecta crescimento de empresas que procuram esse tipo de serviço. "Encaramos a reestruturação de empresas mais como uma estratégia, no sentido de fortalecer um grupo, torná-lo viável economicamente e termos um bom cliente no futuro", afirma. O Banco Garantia, um dos maiores bancos de negócios do país, prefere concentrar atividades na intermediação de fusões e aquisições e na assessoria financeira. "Mas um dos braços do grupo, o GP Investimentos, se dedica também à tarefa de sanear e reestruturar empresas", lembra Claudio Haddad, superintendente do Garantia. Texto Anterior: 'Cigarro vive de imagem', afirma consultor Próximo Texto: Banco Pactual foi pioneiro Índice |
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