São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995
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Caso Simpson tem maior cobertura desde 1963

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Entre jornalistas nos Estados Unidos, o caso Simpson é chamado apenas de "a matéria".
Desde o assassinato do presidente John Kennedy, ocorrido em 1963, nenhum outro assunto mereceu tamanha cobertura dos meios de comunicação de massa do país.
Em 17 de junho do ano passado, a perseguição da polícia a O. J. Simpson em uma rodovia por 96 km e cinco horas foi assistida ao vivo pela televisão em 95 milhões de residências (de um total de 105 milhões em todo o país).
Desde 12 de junho de 1994, o jornal "The Los Angeles Times" publicou 2.037 textos sobre o caso; o "The New York Times", 840. Quase todas as noites o episódio é mencionado nos telejornais das grandes redes.
A partir de hoje, duas emissoras de televisão por cabo vão transmitir ao vivo cada segundo de atividade no tribunal do júri.
A CNN vai cobrir quase tudo ao vivo e as grandes redes vão dar boletins a cada 60 minutos e interromper a programação sempre que for preciso.
A Justiça da Califórnia credenciou 1.200 jornalistas e técnicos para trabalharem no tribunal, embora na sala do julgamento só haja 80 cadeiras para o público, apenas cinco reservadas para a imprensa.
Na sala de imprensa do tribunal, 50 meios de comunicação têm assento permanente. Cinco plataformas e 25 trailers estão do lado de fora para acomodar jornalistas e equipamentos.
Foram instaladas 825 novas linhas telefônicas no edifício para atender a jornalistas. Cerca de 110 km de cabos estão sendo usados para as transmissões de televisão desde o tribunal.
Simpson já gastou pelo menos US$ 1,5 milhão na sua defesa. A promotoria, três vezes menos. Os demais custos de julgamento passam dos US$ 300 mil.
Dezenas de livros, vídeos, CD-roms sobre o caso estão à venda. No dia 31 próximo, vai ao ar pela rede Fox o primeiro filme sobre ele.
(CELS)

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