São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Júri começa hoje a ouvir a defesa e a promotoria no caso Simpson

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O "julgamento do século" entra em sua fase final hoje em Los Angeles, costa oeste dos EUA. Doze jurados vão começar a ouvir a promotoria e a defesa no caso de Orenthal James Simpson.
Simpson, 47, mais conhecido pelas iniciais de seus prenomes, O. J., foi um dos mais importantes jogadores de futebol americano na década de 70. Uma espécie de Roberto Rivelino dos EUA.
Depois, manteve sua fama trabalhando como garoto-propaganda, ator de cinema e comentarista esportivo. No dia 12 de junho passado, sua ex-mulher, Nicolle Brown, e um amigo dela, Ronald Goldman, foram mortos a facadas.
Cinco dias depois, Simpson foi acusado de tê-los assassinado. Ele acertou com a polícia que se entregaria mas não apareceu. Foi perseguido durante horas até ser preso. Alega "total inocência".
Nos últimos sete meses, nenhum outro assunto mobilizou tanto a opinião pública dos EUA como o caso Simpson. Ele é a pessoa mais rica e mais célebre jamais julgada por homicídio no país.
O único precedente remoto é o do ator de cinema Roscoe Fatty Arbuckle, acusado em 1920 do estupro e morte da aspirante a atriz Virginia Rappe. Em abril de 1922, o júri gastou um minuto para absolver Arbuckle.
Mas o caso Simpson é muito mais sensacional. Ele envolve racismo (o réu é negro e as vítimas brancas), dinheiro, sexo, violência, crianças.
A partir de hoje, o destino de Simpson depende do júri de oito mulheres e quatro homens (oito negros, dois brancos, um índio e um hispânico).

Texto Anterior: Conflito chega ao Daguestão, dizem russos
Próximo Texto: Caso Simpson tem maior cobertura desde 1963
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.