São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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'Não consegui entender nada'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma deficiência no sistema de som, agravada pela falta de didatismo do ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, fez com que sua exposição fosse considerada a mais confusa da reunião com o PMDB.
O senador Carlos Bezerra (MT) chegou a pedir ao presidente do partido, Luiz Henrique (SC), que as declarações de Bresser fossem colocadas no papel. "Não consegui entender nada", disse.
O presidente acatou a sugestão: "Muito oportuna a sua intervenção", disse Luiz Henrique.
"Acho que as palestras foram brilhantes, mas não tenho certeza, pois não ouvi coisa alguma", disse o senador eleito Roberto Requião (PR).
A iluminação do suntuoso auditório da Escola Fazendária estava mais para uma sessão de cinema do que para seminário sobre reformas constitucionais. "Mais luz, por favor. Não queremos fazer nada às escuras", pediu Luiz Henrique aos técnicos, que não conseguiram clarear o ambiente.
O calor foi o terceiro elemento de desconforto entre ministros e parlamentares, que não chegavam a lotar o auditório –estavam presentes 69 deputados (a bancada tem 107) e 17 senadores (dos 22).
O senador Mauro Benevides (CE) tentava se refrescar com um maço de jornal enrolado. Um curto-circuito em um ventilador assustou tanto que alguns parlamentares chegaram a cair da cadeira.
A exposição de cinco ministros –Nelson Jobim (Justiça), José Serra (Planejamento), Pedro Malan (Fazenda), Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração) e Reinhold Stephanes (Previdência)– durou pouco mais de três horas.
A reunião, marcada para as 9h, começou com 40 minutos de atraso. Jobim foi o primeiro a chegar, às 8h20, pois pensava que o encontro começaria às 8h30. O ministro Gustavo Krause acompanhou o seminário, mas não falou.

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