São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Amato quer limitar quebra de monopólios

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Mário Amato, afirmou ontem que o governo não deve quebrar os monopólios estatais "de um dia para o outro", mas "paulatinamente".
Amato, que já foi presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a mais poderosa entidade empresarial do país, disse que "o que foi feito ao longo dos anos precisa ser desmanchado paulatinamente, sem prejuízo das partes". O presidente da CNI comentava a defesa da flexibilização dos monopólios feita pelo ministro do Planejamento, José Serra.
Apesar de restrições a um suposto exagero da abertura às exportações, o empresário fez elogios ao governo e ao presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem definiu como "confiável".
A aprovação do salário mínimo de R$ 100 pela Câmara dos Deputados e a decisão do Planalto de vetar o projeto, segundo Amato, criaram um quadro de "perturbação política".
"Isso perturbou um pouco o quadro político, com o governo em uma situação que não sabe o que faz", declarou.
O aumento do salário mínimo, segundo ele, "não seria um problema para a indústria, que não paga salário (mínimo), mas do governo, com a questão da aposentadoria".

México
A crise mexicana, segundo Amato, "serviu de alerta" para o governo brasileiro. "Não se pode abrir exportações indiscriminadamente".
"É preciso que o ministro José Serra (Planejamento) e o presidente saibam que importar é fácil, é só reduzir as alíquotas. Difícil é exportar, que requer tecnologia, produção, qualidade", afirmou Amato.

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