São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Cepam demite 50 ' fantasmas'

VANICE CIOCCARI
DA FT

Cepam demite 50 'fantasmas'
O presidente da Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal), Luiz Máximo, demitiu 82 funcionários, dos quais 50 assinavam um livro de ponto para "fantasmas", mantido na própria secretaria do gabinete da presidência.
Entre os demitidos estão 27 dos 83 ex-prefeitos contratados a partir de 89 durante o governo Orestes Quércia (87-91). Pelo menos cinco assinavam o livro de ponto dos "fantasmas". Além deles, havia auxiliares técnicos e cerca de dez motoristas. Todos só compareciam ao Cepam uma vez por mês só para assinar o ponto.
Máximo disse que os 50 "fantasmas" fazem parte dos 498 funcionários lotados na sede do Cepam, mas não trabalhavam. "Eles diziam que informalmente assessoravam prefeituras do interior, mas não há documento que comprove que foram cedidos".
Mesmo os ex-prefeitos formalmente lotados em prefeituras do interior não tinham função definida. "Não há razão para o Cepam contratar e pagar ex-prefeitos para as prefeituras".
Só Clodomiro Correia de Toledo, ex-prefeito de Jambeiro pelo PMDB e ex-chefe de gabinete da presidência da gestão anterior foi mantido. "Desde 89 ele está aqui e trabalha de fato", disse Máximo.
Como ex-chefe de gabinete da presidência na gestão de Douglas Aguilar, Toledo não quis falar sobre o livro de ponto dos fantasmas. "Não posso me manifestar ou vou me comprometer. Todas as determinações partem da presidência".
Há ainda 20 ex-prefeitos que se reelegeram em 92 e não podem ser demitidos enquanto não terminarem o mandato, por determinação da Constituição federal.
O Cepam tem 906 funcionários e uma folha de pagamento de R$ 1 milhão (valor de dezembro). A meta é reduzir a folha em 40% a 50%.

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