São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Ximenes luta com políticos para nomear

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente indicado para o Banco do Brasil, Paulo César Ximenes, 51, briga nos bastidores para nomear pelo menos três dos seis diretores da instituição.
Com isso, ele garantiria maioria na diretoria para aprovar um plano rigoroso de ajuste do BB.
A preocupação de Ximenes e da equipe econômica é garantir quórum na diretoria para aprovar medidas como o fechamento de agências deficitárias e a execução de dívidas atrasadas de agricultores –temas que geram grande resistência entre os políticos.
As diretorias do BB estão sendo disputadas pelos partidos aliados ao presidente Fernando Henrique Cardoso, em especial o PMDB e o PFL. A equipe econômica já desistiu de montar uma diretoria exclusivamente técnica, como era a intenção inicial.
Segundo assessores ligados a Ximenes, a definição das diretorias do BB e da CEF (Caixa Econômica Federal) poderá ficar para a segunda quinzena de fevereiro –depois que estiverem compostas as mesas diretoras da Câmara e do Senado.
Por este raciocínio, somente neste período estará mais nítida a distribuição de cargos aos partidos, tanto no Legislativo como nos escalões inferiores do governo federal.
Ximenes, ex-presidente do Banco Central e defensor do enxugamento dos bancos oficiais, não abre mão de duas indicações: a do ex-diretor do BC, Emílio Garófalo, para a diretoria da Área Internacional, e a manutenção do atual diretor de Finanças, Luís Jorge de Oliveira. Os políticos tendem a aceitar as indicações.
Outra área estratégica para Ximenes é a diretoria de Recursos Humanos, que terá de enfrentar pressões corporativistas contra o enxugamento de agências.
A área mais disputada pelos políticos, especialmente os do setor agrícola, é a de Crédito Rural. A indicação de Ximenes é Ricardo Conceição, funcionário do BB de confiança da equipe econômica.
Os presidentes do PMDB, Luiz Henrique, e do PFL, Jorge Bornhausen, ambos de Santa Catarina, pressionam pela permanência do atual diretor, Said Miguel, ligado ao PMDB do Estado.

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