São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Produtor diz que só temporal estraga show

DA REPORTAGEM LOCAL

O palco do show "Voodoo Lounge" já estava 98,5% montado ontem, segundo o produtor ("road manager") canadense Jake Berry, da empresa CPI, que organiza a turnê mundial dos Stones.
"Só um grande temporal pode estragar o show", disse Berry. A previsão do tempo para hoje é de sol com nebulosidade e chuvas a partir da tarde.
Berry promoveu ontem, das 13h16min às 14h, um passeio com jornalistas pelo gramado do Pacaembu. Ele aproveitou para ironizar as más condições do Morumbi, que sediaria o espetáculo até ser interditado: "Já fizemos shows com chuva e os Stones se sentem molhados, mas gostam disso. A gente mudou de estádio porque o Morumbi estava caindo. Chuva não é problema. Este é um show planejado para funcionar no mundo todo."
O palco pesa 500 mil quilos e foi transportado por navio em 16 contêineres. Tem 100 metros de largura por 30 de altura. As duas grandes atrações do show já estavam prontas ontem: a "cobra", um símbolo fálico de aço flexível com mais de 30 metros equipado de um lança-chamas que expele línguas de fogo de até 12 metros de comprimento, e o telão Jumbotron de alta definição, com 13 metros de largura por 8 de altura.
Há sempre três palcos idênticos sendo montados simultaneamente. Nesse momento, além do de São Paulo, se erguem os dos shows do Rio e de Tóquio.
Berry jurou que não houve adaptações por causa das dimensões do Pacaembu. "O estádio é menor, mas, se não fosse aqui, não haveria show", comentou.
Não sabia se os Stones iam usar os dois telões laterais, pertencentes à organização do Hollywood Rock. "Vamos estudar o caso amanhã. Na turnê só o Jumbotron é necessário. Como o estádio é pequeno, não vejo muita necessidade. É mais para as outras três bandas. Já no Maracanã eles podem ser úteis", disse Berry.
As outras atrações do Hollywood Rock –Rita Lee, Spin Doctors e Barão Vermelho– estão proibidas de usar os recursos técnicos do palco.
Entre eles está o mecanismo de iluminação, com 200 mil watts de potência. Berry afirmou que praticamente não existem luzes fixas. Elas se movimentam o tempo todo, controladas por computador. As outras bandas só podem usar a iluminação fornecida pelo Hollywood Rock.
O produtor avisou que Mick Jagger pretende explorar as laterais do palco, o que significa que irá se aproximar bastante do público. "Ele gasta muita energia e emagrece em cada show como se fosse um atleta ou um jogador de futebol", disse.
Ele disse achar heróico o esforço de sua equipe (140 funcionários, além de 300 ajudantes locais) em ter conseguido montar em três dias o palco, apesar das alterações de locais. "Atingimos um bom resultado depois do fiasco da transferência de estádios", criticou. "Foi uma exceção os Stones passarem de dois para três shows".
O esquema da passagem de som não estava definido até ontem. Sabia-se que Rita Lee e Barão iriam ao estádio hoje. Os Stones podem testar o palco na tarde de hoje.
"O esquema é simples", disse Berry. "Eles fazem uma revista no equipamento duas vezes e, logo depois, tocam três músicas, geralmente as que não estavam no repertório dos shows anteriores. Gostam de tocar as músicas muito antigas e as que os fãs pedem no país".
No final do passeio, Berry pediu aos jornalistas que rezassem para que não chovesse. Ele teme aquilo que ele chama de "uma daquelas típicas chuvas de verão paulistanas".

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