São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Campanha combate aumento da violência

DA REPORTAGEM LOCAL

A Campanha Nacional de Combate às Armas, lançada ontem em São Paulo, tem como objetivo atacar o crescimento da violência praticada nas "classes sociais privilegiadas".
"Queremos mudar o comportamento de quem compra uma arma para proteger seu carro importado, seu rolex e sua pasta Victor Hugo", disse a jornalista Regina Lemos, uma das idealizadoras da campanha.
Lemos é a viúva do publicitário Antonio Carlos Valério, que foi assassinado em junho do ano passado quando tentava apartar uma briga numa lanchonete no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo).
"A violência tem várias causas e nós temos que discutir ponto por ponto. Com a campanha, queremos dizer às pessoas 'não compre uma arma porque seu filho pode virar um assassino com ela"', afirmou Lemos.
A campanha é composta por três filmes para televisão, outdoors e anúncios em revista. A veiculação deve começar no dia 1º de fevereiro. As peças mostram histórias verídicas narradas por atores que interpretam as vítimas após a morte.
Um dos filmes conta o assassinato do empresário morto por uma bala perdida no dia da final do Campeonato Brasileiro, entre Corinthians e Palmeiras, também em São Paulo.
Participaram do lançamento paulistano da campanha parentes das vítimas dos crimes. A mãe do empresário chorou após a exibição do filme.
O secretário de Segurança Pública, José Afonso da Silva, disse que sua meta é aumentar o policiamento preventivo.
Segundo ele, serão deslocados policiais das funções burocráticas e os alunos das academias militares farão policiamento nas ruas a partir dos quatro meses de curso.
"Isso ainda deve demorar um pouco, mas nós vamos aumentar em cerca de 3.000 homens o efetivo na rua", disse.

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