São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Lista de remédio condenado tem erro

DA REPORTAGEM LOCAL

A lista de remédios suspeitos de irregularidades do Instituto Adolfo Lutz contém erros. Dos sete medicamentos atribuídos à Eurofarma Laboratórios Ltda. na lista, apenas um é fabricado pela empresa.
O instituto atribui à Eurofarma a fabricação dos remédios Cinarisina, Zylium, Flanax, Laxise, Piroxicam, Plasil e Carbolitium, mas apenas o último, um antidepressivo, é produzido pelo laboratório, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica.
Nenhum remédio registrado como Laxise, conforme escrito na lista do instituto, consta do cadastro da associação.
"A divulgação da lista nos surpreendeu, não só pelos erros, mas também porque não recebemos nenhuma notificação do Adolfo Lutz", diz Marina Rocha, gerente de comunicação da Eurofarma.
O instituto admite a possibilidade de erros, que serão corrigidos "com transparência" quando forem constatados, segundo Odair Zenebon, diretor do Adolfo Lutz.
O Carbolitium, único remédio da Eurofarma a constar da lista, é usado no tratamento de pacientes maníaco-depressivos. No levantamento do Adolfo Lutz, o Carbolitium está incluído na rubrica "análises de orientação".
Zenebon diz que as "análises de orientação" não têm "valor legal" pois são feitas em amostras enviadas por consumidores, rede hospitalar etc. Em casos assim, qualquer irregularidade, diz Zenebon, pode advir do manuseio ou das condições de armazenamento na farmácia ou casa do usuário.
Os exames que podem indicar com maior segurança uma eventual irregularidade do laboratório são as "análises fiscais", em que a Vigilância Sanitária coleta lotes fechados de remédios. Segundo Zenebon, dos 115 remédios listados, 42 são "análises fiscais" e 73, "análises de orientação".

Campinas
O laboratório Instituto Químico de Campinas diz que a condenação pelo Adolfo Lutz de seu produto não tem validade. A empresa fabrica o creme vaginal Nistatina.
Análise do instituto detectou a presença de bactérias no creme.
Segundo o diretor industrial, Jorge Coelho, a amostra do lote 89-10-159 não deveria ser testada por estar com validade vencida.
O lote é de outubro de1989. Coelho diz que este material tem prazo de validade de dois anos.
Segundo a diretora da Vigilância Sanitária de São Paulo, Marisa Carvalho, a empresa foi considerada em boas condições em 94.

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