São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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EUA proíbem venda de alisante capilar brasileiro

DE WASHINGTON E DA SUCURSAL DO RIO

O henê brasileiro vendido nos EUA sob o nome de Rio só voltará ao mercado norte-americano se for modificado e submetido a exames obrigatórios do governo, o que pode levar de dois a cinco anos.
A Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo federal dos EUA encarregado de fiscalizar a comercialização de remédios e alimentos, mandou a polícia apreender todo o estoque no país do alisante de cabelo.
A decisão foi tomada um mês depois de a FDA ter ordenado à World Rio Corporation, empresa que importava o henê, que suspendesse as vendas até ele ser examinado por técnicos da agência.
Como essa determinação foi ignorada, a FDA resolveu apreender todo o estoque e proibir a entrada do produto no país. Nos últimos três meses, a FDA recebeu 1.800 reclamações de consumidores.
Eles se queixaram de terem ficado carecas ou terem visto os fios de seus cabelos ficarem verdes após aplicações do alisante.
Nos EUA, Rio era comercializado apenas pelo correio. A World Rio promovia o produto em anúncios de televisão, especialmente em emissoras por cabo na Califórnia, costa oeste do país.
Os interessados faziam os pedidos por telefone e pagavam US$ 30 por unidade. Muitos deles estão processando a World Rio.
O henê Rio Hair Naturalizer Systems é fabricado pela Declasse Cosméticos Ltda., sediada em Bonsucesso (zona norte do Rio).
O diretor de exportações da empresa, Nilo De Lucca, afirmou que "os americanos que tiveram problemas certamente não aplicaram corretamente o produto".
"Tivemos o cuidado de enviar um extenso manual para a aplicação, que a distribuidora nos EUA reproduz na embalagem", disse.
A empresa contratou um advogado para defendê-la nos EUA. A Declasse enviou, segundo ele, 2.800 amostras para testes com consumidores e laboratórios americanos de 92 a 94. As vendas começaram nos EUA em maio de 94.
Segundo a diretora industrial da Declasse, Gracinéia Gonçalves, até novembro de 94 mais de 1 milhão de unidades foram enviadas aos EUA.
"Se o problema fosse do henê, pelo menos 1 milhão de americanos estariam carecas", afirmou Gonçalves. O produto não é vendido no Brasil, segundo ela.

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