São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Agricultores criticam novo redutor para TR

DA REPORTAGEM LOCAL

Os representantes dos agricultores criticaram ontem a elevação da TR, taxa que corrige o crédito rural, e previram inadimplência no setor, quando as dívidas começarem a vencer em março.
"Será impossível pagar a dívida em TR com os preços agrícolas estáveis", afirma Roberto Rodrigues, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
Ontem, os membros da SRB discutiram propostas para evitar o atual descasamento entre os preços (que estão estáveis) e o crédito (corrigido pela TR mais juros).
Uma das hipóteses, que será levada ao Ministério da Agricultura na próxima segunda-feira, é que o governo regionalize a comercialização da safra e libere da TR as culturas com menor rentabilidade, diz Rodrigues.
Amilcar Gramacho, da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), prevê que os agricultores que têm equivalência-produto (cerca de 25% dos produtores) vão passar toda a produção para o governo que, pelo contrato, tem de comprar a produção.
"Os demais terão grande dificuldade para saldar suas dívidas."
Para Gramacho, a consequência será um aumento dos estoques do governo, que já guardam mais de 12 milhões de toneladas de grãos de safras passadas.
Mais do que a elevação da TR, os agricultores estão preocupados com a continuidade do uso da taxa para corrigir o crédito rural, diz Nelson Costa, chefe do departamento de Economia da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná).

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