São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Platoon" é melô do Vietnã

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há quem não tenha paciência para o sentimentalismo grandiloquente e o humanismo de algibeira de Oliver Stone (aquele que ganha uma grana preta com seus ideais). Mas não se pode negar o impacto da imagem que "Platoon" (Globo, 1h15) apresenta da guerra do Vietnã.
Em grande parte autobiográfico (Stone foi voluntário na guerra), o filme mostra a traumatizante experiência de um recruta (Sheen) jogado na ação junto à fronteira com o Camboja, em 1967.
Lá ele enfrenta um inimigo esquivo e invisível, numa selva impenetrável, embaixo de chuva permanente, cercado de drogados, bandidos e malucos –e ainda por cima sob as ordens de um sargento sádico (Berenger).
Stone constrói esse inferno movente com uma câmera inquieta e audaciosa, e uma trilha sonora melodramática.
Dizem que é uma das visões mais realistas da guerra (afinal, "ele esteve lá"). Resta saber se "lá" tinha tanta música e retórica.
Em todo caso, agradou em cheio aos americanos. Ganhou os Oscars de filme, direção, som e montagem. Colocou Stone no primeiro time de diretores e lançou Charlie Sheen ao estrelato.
Curiosamente, o pai do garoto, Martin Sheen, teve seu papel de maior destaque em "Apocalypse Now", de Coppola, este sim uma obra-prima da guerra.
(JGC)

Texto Anterior: MAM expõe gravuras de Isabel Pons
Próximo Texto: FHC corre o risco de ser um novo Sarney
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.