São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Tchetchênia derruba a popularidade de Ieltsin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A guerra da Tchetchênia derrubou a já baixa popularidade do presidente russo, Boris Ieltsin. Apenas 16% da população russa apóia o presidente, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Investigação de Opinião Social.
Em setembro último, antes da guerra, a aprovação era de 28%.
Ieltsin viajou ontem a Lipetsk, onde prometeu acabar com o conflito "rápida e pacificamente".
Discursando para trabalhadores, disse também que as medidas econômicas adotadas trarão estabilidade até o final do ano.
Apesar do anúncio, a inflação está em alta por causa da guerra da Tchetchênia, que se declarou independente da Rússia em 1991.
O "ministro do Exterior" do governo separatista da Tchetchênia, Shamsettin Yusuf, disse ontem que o próximo passo dos tchetchenos será queimar Moscou.
Yusuf, que está em Washington buscando apoio, disse que há muitos tchetchenos morando em Moscou que poderiam fazer isso.
O governo russo vem tomando medidas de segurança por medo de atentados terroristas na capital.
Fortes bombardeios voltaram a ocorrer ontem em Grozni, a capital da Rússia, e em várias outras cidades da região.
O subúrbio de Grozni sofreu ataques de bombas, mísseis e artilharia do Exército russo.
Muitos civis continuam a ser mortos pelos russos nas batalhas. "Quase todos os feridos são civis, e não de soldados. Os ferimentos são, em sua maioria, resultantes de fragmentos e estilhaços", disse o doutor Ibrahim Zuhareiev, que trabalha em um hospital de Goiti, ao sul de Grozni.
A maioria das 400 mil pessoas que moravam na capital antes do início do conflito já teriam abandonado a cidade para fugir dos ata ques das tropas russas.
Ontem ocorreu a primeira troca de prisioneiros do conflito, que começou em dezembro. Foram 34 pára-quedistas russos e 48 tchetchenos que saíram das prisões.

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