São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Número de mortos nunca será conhecido

DA "REUTER", EM OSWIECIM (POLÔNIA)

Auschwitz-Birkenau foi o principal elo na rede de campos de extermínio nazistas para a eliminação dos judeus da Europa.
Em 1940, depois da invasão e conquista alemã da Polônia, os nazistas iniciaram a construção de um campo no antigo quartel polonês de Oswiecim, 60 km a oeste da antiga cidade real de Cracóvia.
Os alemães sempre deram grande importância ao campo, que foi incorporado diretamente ao Terceiro Reich. Já o resto da Polônia permaneceu como protetorado da Alemanha. Oswiecim foi renomeada Auschwitz.
Até 1942, o campo, cujo portão leva a frase "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta, em alemão), foi usado principalmente para a detenção de presos políticos poloneses.
Em 20 de janeiro de 1942, na chamada Conferência de Wannsee, em Berlim, os nazistas decidiram exterminar todos os judeus da Europa, como parte da "solução final" da "questão judaica".
Segundo estimativas de historiadores, cerca de 1,5 milhão de homens, mulheres e crianças morreram por gás, fuziladas ou de fome em Auschwitz-Birkenau e diversos campos menores na área.
Entre os mortos estão pelo menos 1,1 milhão de judeus de 20 países. Entre outras vítimas estão ciganos, testemunhas de Jeová, homossexuais e sacerdotes católicos e protestantes.
O número exato de vítimas provavelmente nunca será conhecido, já que muitos judeus foram enviados diretamente à câmara de gás ao chegarem a Birkenau dentro de vagões de gado superlotados.
Outros prisioneiros eram marcados e submetidos a trabalhos forçados. Punições severas e execuções eram diárias.
Os internos tentaram uma rebelião em outubro de 1944. Quatro prisioneiras contrabandearam explosivos para dentro do campo e explodiram uma câmara de gás e um forno crematório.
Em meados de janeiro do 45, os nazistas começaram a evacuar o campo à medida que as tropas soviéticas se aproximavam.
Aproximadamente 59.000 prisioneiros foram forçados a marchar para oeste, onde foram aprisionados em outros campos. Pelo menos 9.000 morreram durante as marchas da morte.
As tropas soviéticas que entraram no campo em 27 de janeiro de 1945 encontraram 7.000 presos.
A última execução em Auschwitz foi em 16 de abril de 1947. O comandante do campo, Rudolf Hoess, sentenciado à morte por um tribunal polonês no fim da guerra, foi executado numa forca diante de seu antigo escritório.

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