São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995 |
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Sindicato muda para atrair investimentos
CRISTIANE PERININ LUCCHESI
É com esse discurso que o presidente da entidade, Heiguiberto Guiba Navarro, tenta atrair para o ABC mais indústrias. ``O sindicato continua forte, mas abandonou aquele discurso rancoroso. Queremos discutir novas formas de gerenciamento e construir com as empresas a pujança da região", afirma Guiba. Segundo ele, nas novas formas de gestão participativa praticadas pelas empresas, a forte organização dos trabalhadores só ajuda. Atualmente, Guiba negocia, por exemplo, com a Mercedes-Benz, que já anunciou investimento de US$ 1 bilhão em nova fábrica no país, ainda sem local definido. ``Logo que eles anunciaram isso, fui atrás das prefeituras daqui para a gente oferecer vantagens para que a Mercedes venha para cá." Ele considera, no entanto, que a ``guerra fiscal" para atrair investimentos tem limite. ``O que o governo do Rio ofereceu para que a Volks abrisse sua fábrica em Resende é uma verdadeira loucura", diz. Guiba acha "absurda" a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços por 40 anos que o governo carioca ofereceu. "Eles vão transportar os trabalhadores até a fábrica e trocar toda a frota de ônibus do Rio só para comprar os da Volks." O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC admite que os salários pagos na região são elevados justamente pelo poder de negociação dos metalúrgicos. "As montadoras do ABC pagam até 120% a mais do que a Fiat em Betim. E ainda têm muitos incentivos do governo estadual." Para Guiba, um contrato coletivo de trabalho deveria equalizar os salários pagos pelas montadoras em qualquer lugar do país. (CPL) Texto Anterior: Cai porcentagem de veículos feitos no ABC Próximo Texto: Região perde 13 indústrias a cada mês Índice |
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